Estágio aproxima alunos da prática pedagógica no Câmpus São José

7. março 2016 | Escrito por | Categoria: Câmpus São José, Matérias
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Alunas fazem homenagem à orientadora de estágio Gisele Antunes Pereira.

É a partir do estágio que os estudantes dos cursos de licenciatura têm contato com a prática da profissão e podem aplicar os conhecimentos teóricos, tanto científicos como pedagógicos, com a supervisão dos professores. Para socializar as práticas de estágio, o Câmpus São José realizou o IV Seminário de Estágio das Licenciaturas, dia 4 de março, no miniauditório do Câmpus. Alunos da sexta à oitava fase apresentaram suas experiências, tanto nos estágios de observação quanto em regência de turma.

Este ano, o tema do Seminário foi “Caminhos Didáticos que Levam à Catarses dos Saberes a Docentes e Discentes”, escolhido a partir de leituras de Paulo Freire e Demerval Saviani. A professora orientadora de estágio, Gisele Antunes Pereira, explica que “o tema em torno da catarse do saber está atrelado à aprendizagem irreversível, ou seja, que tem significado tanto para nossos alunos estagiários quanto para os seus alunos”.

Os alunos do curso de licenciatura em Química e Ciências da Natureza com Habilitação em Química (em extinção) utilizaram referencial teórico para planejar as intervenções em sala de aula. Para os alunos da oitava fase, o estágio também serviu de referencial para o trabalho de conclusão de curso. “Assim o aluno potencializa esforços e tem a perspectiva do estágio com a pesquisa”, explica Gisele.

A turma da quinta fase realizou estágio de observação em espaços educacionais não formais, como o presídio, hospital infantil, entre outros. A turma de sexta fase realizou estágio de observação no ensino fundamental, a sétima fase teve experiência em regência de turma no ensino fundamental e a turma da oitava fase praticou a regência de turma no ensino médio.

O estudante Nathan Roberto Lohn Pereira, da oitava fase, realizou o estágio de regência de turma com a sexta fase do curso técnico integrado em Telecomunicações do próprio Câmpus São José. Ele partiu da temática do consumo e adulteração do leite para falar sobre funções orgânicas. Nathan iniciou a sequência de seis aulas, ministradas em dezembro, com a prática em laboratório. Em sala de aula os alunos foram apresentados ao conteúdo e participaram de discussões. Reportagens sobre o assunto, veiculadas na imprensa, também foram utilizadas. “Não é só contextualizar, mas ensinar a partir do tema proposto. Não deixamos de abordar todo o conteúdo formal”, explica Nathan. Após as aulas, os estudantes responderam a um questionário de avaliação, que serviu de subsídio para o trabalho de conclusão de curso do estagiário.

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Alunas falam sobre a experiência do estágio de observação.

Outros acadêmicos trouxeram abordagens diferenciadas, como a utilização de embalagens de remédios para falar da classificação da estrutura química de cada um, a relação entre tabela periódica e gênero, a partir das mulheres que marcaram a história das ciências, ou usar reações eletroquímicas para ligar uma calculadora ou uma pequena lâmpada. Cada acadêmico teve a oportunidade de expor suas impressões e dificuldades. As alunas da 5ª fase, Patrícia Maleski e Sabrina Schutz, realizaram o estágio de observação em turmas de ensino de jovens e adultos (Proeja) nos câmpus Palhoça e Florianópolis – Continente. Elas observaram a dificuldade que esses estudantes têm em conciliar trabalho e estudo. “Muitos disseram que foram em busca de um sonho e também porque lhes faltava um diploma”, explicaram as alunas.

Professora Deise Mazera falou sobre experiência dos alunos.

A professora de Química Deise Juliane Mazera atuou pela primeira vez como orientadora de estágio. “Como professora, essa experiência me fez refletir sobre a minha prática docente e gerou mudanças, para melhor”, destaca. Deise coordena o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pelo IFSC. Para ela, supervisionar o estágio também foi uma oportunidade para ver de perto o trabalho dos bolsistas, as dificuldades, os pontos a serem melhorados e quanto o Pibid facilita a prática de estágio para os futuros professores. Segundo Deise, a prática de estágio precisa balancear o conhecimento didático com o domínio do conteúdo científico.

Reflexões sobre a prática de estágio

A pedagoga Márcia Lobo, do Câmpus Araranguá e do Cerfead, participou do Seminário com a palestra “A prática de estágio na formação de professores: a experiência de Araranguá”.

Márcia apresentou experiências do Câmpus Araranguá com o estágio na licenciatura e respondeu perguntas de professores e alunos do Câmpus São José. Para ela, “o estágio é um período de prática para que o aluno se habilite a exercer proficientemente sua profissão. Não é só prática, mas também uma autorreflexão sobre a profissão”.

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A professora Márcia Lobo foi a convidada do Câmpus Araranguá para falar sobre a experiência do estágio.

Ela aconselhou os alunos a aproveitarem esse momento, em que têm o apoio dos professores. Também alertou que ter “jogo de cintura” é diferente do improviso. O estagiário precisa ir para a sala de aula com tudo planejado, porém, com a preparação para o imprevisto. “Há a ansiedade do estágio, de fazer uma aula show, de mostrar tudo o que aprendeu. São de cinco a 10 aulas, em que quero ser o melhor professor possível, que traz o encantamento da Química para os alunos! Mas às vezes, é preciso a vida toda para aprender isso”, destaca.

A pedagoga também lembrou do pioneirismo do Câmpus São José em socializar as práticas de estágio, promovendo a troca de experiências, o que já vem sendo seguido por outros câmpus.

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