Encontro de Educação Inclusiva debate barreiras para pessoas com deficiência

30. setembro 2016 | Escrito por | Categoria: Câmpus Jaraguá do Sul-Centro, Eventos, Matérias

Você já imaginou se todos no Brasil fossem fluentes em Português e também na Língua Brasileira de Sinais (Libras)? E se todos os espaços urbanos – inclusive interiores de casas, escritórios e apartamentos – fossem pensados para receber sem dificuldades pessoas cadeirantes? E se as escolas e demais espaços sociais tivessem materiais adaptados também a cegos? Na medida em que cada uma dessas situações se concretizasse, milhões de pessoas deixariam de enfrentar barreiras cotidianas que a sociedade impõe e que as impedem de ter acesso a serviços públicos e direitos básicos. O que fazer para superar parte dessas barreiras foi o tema do I Encontro de Educação Inclusiva, promovido pelo IFSC em Jaraguá do Sul na última sexta-feira (23).

Segundo um dos palestrantes, o arquiteto Mario Cezar da Silveira, as barreiras existem porque a sociedade projeta espaços, objetos e atividades para quem atende a um padrão. “O que precisamos entender é que nós nascemos e morremos fora desse padrão. Precisamos nos dar conta de que ter pernas ou ser surdo é uma característica humana, assim como ter olhos azuis ou ser alto. As pessoas não estão no padrão e precisamos levar essa constatação para a sociedade”, destaca.

Segundo a coordenadora do evento, Juliana de Souza Augustin Pereira, a educação ainda exerce uma função normatizadora e excludente, ou seja, estabelece padrões que devem ser seguidos por todos e resiste a adaptar seus métodos para atender àqueles que não se encaixam no padrão. “Mas, felizmente, isso não é uma regra, pois há profissionais que se esforçam em chamar a atenção nas escolas para a importância da diversidade e de aceitar o diferente. E como é na escola que as próximas gerações são formadas, organizamos em Jaraguá do Sul este primeiro Encontro de Educação Inclusiva”, conta.

A professora Luana Tillmann, que é cega e abordou o tema “Aspectos pedagógicos do processo de ensino-aprendizagem de estudantes com deficiência visual” também destacou a necessidade de tanto escolas quanto demais espaços sociais estarem preparados para receber pessoas com todos os tipos de deficiência. “A deficiência não é da pessoa. A culpa de ser cega não é minha e Deus não está me castigando. Eu não pequei e nem os meus pais. Não enxergar é uma condição. E o problema não está em mim. A minha deficiência só existe porque a sociedade coloca barreiras. Quando todas as barreiras forem aniquiladas a gente não vai ter mais pessoas com deficiência”, aponta.

Além de Luana e Mario, também houve palestras com a professora Fabiana Schmitt Corrêa – que é surda e trabalha no Instituto Federal Catarinense – e com as profissionais da Associação de Amigos do Autista (AMA) de Jaraguá do Sul, Juliana Elis Müller de Jesus e Maressa Aguiar de Almeida Zapella. Clique aqui e acesse o site do evento.

O I Encontro de Educação Inclusiva do IFSC Jaraguá do Sul evento foi organizado em parceria pelos câmpus Jaraguá do Sul e Geraldo Werninghaus e contou com a participação de aproximadamente 150 professores, estudantes de licenciatura e demais profissionais que atuam em escolas e instituições de educação. O evento teve fomento do Ministério da Educação (Mec) por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Para assistir às palestras, acesse o canal de vídeos do Câmpus Jaraguá do Sul. Confira também o álbum de fotos do evento.

Por Comunicação do Câmpus Jaraguá do Sul

Os comenários não estão permitidos.