Grupo de pesquisa do Campus Florianópolis completa 10 anos
30. março 2012 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Florianópolis, MatériasO Grupo de Sistemas Embarcados e Distribuídos (Nersd), do Campus Florianópolis, o mais antigo grupo de pesquisa em atividade no IF-SC e primeiro cadastrado no diretório de grupos do CNPq, completou em março 10 anos de existência. Ligado ao Departamento Acadêmico de Metal Mecânica (Damm) do campus, o grupo é formado por professores e alunos do IF-SC e mantém forte parceria com empresas da região da Capital. Para comemorar o aniversário, o Nersd organiza um seminário em 27 de abril, no Campus Florianópolis.
Fundado em março de 2002, o Nersd tem como líder o professor Roberto Alexandre Dias. Também integram o grupo os professores Valdir Noll e Adriano Régis, do Campus Florianópolis, e Igor Thiago Marques Mendonça, do Campus Gaspar, como professor colaborador. Há, ainda, sete alunos bolsistas de graduação, quatro do mestrado e um da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) trabalhando com o grupo.
Quando o Nersd surgiu, o IF-SC ainda chamava-se Escola Técnica Federal de Santa Catarina (ETF-SC) – a mudança para Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET-SC) ocorreu no mesmo mês em que o grupo foi criado. Nesses 10 anos, não só o nome da instituição mudou, na visão de Roberto Dias, líder do grupo, mas também o status que a pesquisa tem no Instituto Federal. “A pesquisa não era a realidade da ETF-SC. Ela estava mais voltada para o ensino técnico. Havia dificuldade para conseguir financiamento de capital externo e existia um certo preconceito contra a pesquisa”, lembra. Para Roberto, a pesquisa passou a ser mais valorizada a partir da criação da Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação (atual Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, em 2007).
Recentemente, o Nersd passou a interagir com outros grupos de pesquisa do IF-SC, principalmente após as oficinas do Programa de Fomento ao Uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (ProTICs), quando os integrantes do Nersd percorreram vários campi. Mais ligado à graduação e ao mestrado, o grupo vai começar em 2012 um projeto em parceria com o curso técnico em Meteorologia do Campus Florianópolis, que tratará de um sistema de monitoramento de eventos extremos.
Com 10 anos de experiência em pesquisa, o Nersd pretende ser uma referência para outros grupos do IF-SC. Roberto Dias conta que pensa em elaborar um guia ou cartilha sobre a criação de um grupo de pesquisa e dá dicas sobre o que acha fundamental para o sucesso de uma organização desse tipo. “A humildade é o principal. Se tiver que puxar cabo, carregar mesa, tem que fazer”, diz. Para ele, mesclar alunos bolsistas novos com outros “mais antigos” é importante para o sucesso.
Projetos
O grupo trabalha fortemente com o conceito de integração entre escola e empresa. Por isso, os projetos desenvolvidos quase sempre são feitos em parceria com a iniciativa privada. A grande linha do grupo, explica Roberto, é “a internet das coisas”, ou seja, a conexão de objetos e sistemas físicos à rede.
É o caso, por exemplo, de um projeto desenvolvido em parceria com a empresa W2B Comunicações, de Florianópolis, e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Santa Catarina (Fapesc), que fornece dados de pressão de sistemas de dutos de gás natural. “Com esses dados, a empresa gestora do sistema pode ter ações reativas e de planejamento”, explica o professor Adriano Régis. O sistema pode ser usado também para tubulações de água. O projeto vai ser apresentado no evento Energy Show, que será realizado entre 19 e 21 de abril, na Capital catarinense.
Outro projeto semelhante, desenvolvido em parceria com a IMC Engenharia de Soldagem, também de Florianópolis, permite o rastreamento on-line de dados do processo de soldagem (tensão e corrente). “Ele armazena o fingerprint [“impressão digital”] e, com esses dados, a empresa pode ver se houve alguma inconformidade no processo de soldagem”, explica Reginaldo Steinbach, aluno do mestrado em Mecatrônica.
Mas não só em parceria com empresas são desenvolvidos os projetos do Nersd. O Laboratório de Experimentação Remota (foto) foi desenvolvido a partir de um projeto de iniciação científica contemplado com bolsa em edital interno do IF-SC em 2008. É uma plataforma on-line que permite experimentos remotos para explicar, por exemplo, a Lei de Ohm. “Integramos esse aparato, que poderia estar lá no campus, a um servidor de experimentos conectado à internet. O aluno está em Joinville, por exemplo, e pode fazer o experimento aqui, sem limites de espaço e tempo”, explica Roberto Dias.
Curiosidade
O Nersd tem essa sigla porque, quando foi criado, era chamado Núcleo de Engenharia de Redes e Sistemas Distribuídos. Mesmo com a mudança do nome, a sigla foi mantida pela “sonoridade”, como explica Roberto. “As pessoas costumam trocar o ‘s’ pelo ‘d’ e dizer ‘Nerds’. E como nós somos nerds mesmo, então o nome fica certo”, brinca.
Ao professor Roberto e equipe, parabéns pelo empenho e dedicação para o desenvolvimento da ciência e tecnologia. Meu desejo é que seus estudos estejam cada vez mais alinhado com a proposta da indissociabilidade ensino–pesquisa–extensão. Um forte abraço!