Terminou, nesta segunda-feira, dia 16, a viagem de sete professores dos institutos federais que visitaram o liceu de hotelaria de La Rochelle, na França, para estudar as práticas pedagógicas, a infraestrutura e as técnicas utilizadas para agregar valor a produtos turísticos utilizadas no ensino profissionalizante daquele país. A viagem contou com a participação de dois docentes do IF-SC, ambos do Campus Florianópolis-Continente, que agora irão compartilhar a experiência no campus e implementar parte das inovações aprendidas no exterior. A viagem, que durou quinze dias, foi a segunda do programa de cooperação bilateral Brasil/França (aprovado pela Chamada Pública MEC/SETEC nº 001/2010).

Durante o período da visita, os professores visitantes puderam acompanhar aulas teóricas e práticas, conheceram as instalações do liceu e tiveram palestras sobre o modelo de ensino utilizado nas instituições francesas. “Conhecemos muitas coisas diferentes e com certeza iremos incorporar uma parte delas em sala de aula”, conta o professor Carlos Mello, um dos participantes da missão à França.

Além do efeito positivo sobre as aulas oferecidas no Campus Florianópolis-Continente, outro possível reflexo no IF-SC será sobre a proposta de formação dos cursos superiores de tecnologia em Gastronomia e Hotelaria, que está em implantação no campus e deverá ser oferecido a partir de 2013. “Vimos que os profissionais dessa área na França têm, na sua formação, desde a parte operacional até a gestão, o que possibilita uma maior empregabilidade no mercado. Essa é a proposta que iremos tentar estruturar no curso de graduação que estamos formatando”, explica.

Segundo a professora Fabiana Amaral, que também participou da viagem, o principal consenso a que chegaram todos os professores participantes da missão à França foi que, no Brasil, as instituições ofertantes de cursos na área de hospedagem precisam ampliar as “diretrizes curriculares” dos cursos. “Hoje existe muita disparidade entre os tipos de profissionais formados nas instituições brasileiras. O catálogo nacional de cursos traz apenas um perfil mínimo desejado, mas precisamos trabalhar incluir, além do perfil, também as competências e a matriz curricular mínimas, preservando, claro, um espaço para as especificidades de cada região do País”, diz.

Para Fabiana, a ampliação do “referencial mínimo” na área de hospedagem beneficiará tanto as instituições quanto os profissionais formados por elas. “O profissional não precisará ficar atrelado à região em que fez o curso, podendo atuar em qualquer parte do Brasil e, também, contando com a confiança das empresas que saberão o tipo de profissional que estarão contratando”, destaca.

A partir das experiências vivenciadas na França, os professores que participaram da viagem vão propôr diretrizes curriculares para as áreas do eixo hospitalidade e lazer, e a adequação do “referencial mínimo” do catálogo nacional, inclusive com a ampliação da carga horária mínima necessária para se formar profissionais na área de hospedagem. Essa proposta deverá começar a ser elaborada a partir de novembro, quando está previsto o primeiro encontro nacional de docentes e pesquisadores dos Institutos Federais na área e que deve ocorrer no IF-SC.

A terceira e última viagem do programa de cooperação bilateral Brasil/França está marcada para outubro e terá a participação de cinco professores e um técnico administrativo do IF-SC, contemplando as áreas de cozinha, panificação e serviços de bar e restaurante. Além do IF-SC, também fazem parte do programa de cooperação bilateral os institutos federais de Tocantins (IFTO), de Brasília (IFB) e Fluminense (IFF).