Rigor, paciência, organização, disciplina e criatividade são os ingredientes essenciais para quem quer seguir carreira na área da gastronomia, de acordo com os chefs Amaury Abbondanza (sentado, na foto) e Eduardo Jacinto (em pé). Formados na Unisul e com grande experiência no mercado internacional, eles conversaram com cerca de 50 alunos e professores da área de turismo e hospitalidade na tarde de quinta-feira (03/05), no Campus Florianópolis-Continente.

Natural do bairro Saco dos Limões, em Florianópolis, Eduardo Jacinto começou a trabalhar em restaurantes aos 19 anos, quando era estudante de Geografia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O emprego na cozinha da Base Aérea acabou incentivando o rapaz a se especializar na área e a trocar a Geografia pelo curso superior de Gastronomia. A ascensão profissional veio rápido: ao lado do colega Fábio Coelho, ele ganhou em 2002 o concurso gastronômico da Fenaostra. A premiação foi um curso de dois meses em La Rochelle, na França, o que acabou abrindo as portas do velho continente para o jovem e obstinado chef. Já formado, depois de participar de vários concursos e atuar em outros países, Eduardo estabeleceu-se na França, onde hoje é sócio do renomado chef Christian Constant no bistrô Café Constant, em Paris.

Interessado por viagens e por outras culturas, o paulistano Amaury Abbondanza trocou a faculdade de Turismo, em São Paulo, pela de Gastronomia, em Florianópolis, no início dos anos 2000. Formado, saiu pelo mundo em busca de aperfeiçoamento e novas experiências. Entusiasta do uso criativo dos ingredientes e especialmente apaixonado pela diversidade brasileira, atuou em hotéis e restaurantes da Indonésia, Espanha (onde trabalhou com o chef catalão Ferrán Adriá, um dos mais renomados internacionalmente), Austrália, Estados Unidos, França e Nova Zelândia, até estabelecer-se novamente no Brasil. Hoje divide-se entre a residência em Florianópolis, cidade que admira pela tranquilidade, e o trabalho em São Paulo, onde administra a empresa Amaury Abbondanza Cozinha Criativa. Sua especialidade é elaborar jantares corporativos com receitas e ingredientes escolhidos a dedo.

O relato dos dois jovens chefs – Eduardo tem 32 anos, e Amaury, 30 – prendeu a atenção dos alunos e professores, que fizeram várias perguntas sobre os desafios a enfrentar no mercado internacional e sobre as lições que a experiência fora do Brasil pode trazer para a gastronomia local. A mensagem foi otimista: para ambos, é importante ter ousadia e perseguir seus objetivos quando a intenção é crescer profissionalmente. Para a professora do Campus Florianópolis-Continente Fabiana Mortimer Amaral, que foi professora de Eduardo e Amaury na Unisul e teve a ideia de trazê-los para a atividade, o relato de experiências bem sucedidas é importante para motivar os estudantes e mostrar que há boas oportunidades na área da gastronomia.