Intercambistas canadenses elogiam hospitalidade dos florianopolitanos
3. julho 2012 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Florianópolis-Continente, Matérias, ReitoriaDoze estudantes canadenses com idades entre 19 e 35 anos vivenciaram no mês de junho uma experiência totalmente nova: conviveram com famílias brasileiras, aprenderam língua portuguesa e conheceram boa parte de Florianópolis, experimentando pratos típicos, passeios turísticos e aspectos do cotidiano, como utilizar o transporte público e ir ao supermercado. Eles vieram da cidade de Thunder Bay, na província de Ontário, para a capital catarinense como a primeira turma do programa de intercâmbio entre o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e o Confederation College – instituição de ensino superior que, no Brasil, equivaleria a uma faculdade de cursos tecnológicos. As famílias que hospedaram os alunos foram selecionadas entre os servidores do IFSC, no chamado Programa Família Acolhedora.
“A vinda de estudantes estrangeiros ao IFSC é um processo longo que foi construído e conduzido com muito cuidado, desde 2010”, afirma o coordenador de Assuntos Internacionais do IFSC, professor Jair Líbero Cadorin (na foto abaixo, entregando o certificado para a aluna Tanya Richards). A aproximação com o Confederation College começou precisamente em outubro de 2010, no Rio de Janeiro, durante o 1° Encontro Brasil-Canadá de Educação Profissional e Tecnológica, que reuniu dirigentes das instituições da Rede Federal de EPT e da Associação de Faculdades Comunitárias do Canadá (ACCC, na sigla em inglês para Association of Canadian Community Colleges), entidade que congrega 12 instituições de ensino superior daquele país.
Dos 12 estudantes, nove são matriculados em cursos da área de turismo no Canadá. O grupo participou de atividades organizadas majoritariamente no Campus Florianópolis-Continente. A impressão geral que eles tiveram de Florianópolis, e do Brasil de forma mais abrangente, foi bastante positiva. “No início a ideia de vir para o Brasil me deixou um pouco intimidado”, admite Corey Anderson. “Eu pensava numa cidade como São Paulo, em pessoas armadas e assaltos, coisas desse tipo. Mas a verdade é que isso não tem nada a ver”, compara. “Todos são muito hospitaleiros, querem que a gente se divirta. A experiência foi realmente perfeita”, empolga-se.
A hospitalidade das famílias e dos florianopolitanos como um todo foi uma impressão comum entre a turma. “Todos são muito amáveis, e não estou falando apenas da família que nos hospedou e dos professores com quem tivemos aulas. Motoristas de táxi, as pessoas no ônibus, todos se interessavam em saber quem éramos, se estávamos gostando da cidade, indicavam lugares para visitar”, conta Shannon King, 21 anos. “Todos parecem tão felizes por estarmos aqui”, afirma. “Eu vou sentir falta de ser beijada e abraçada o tempo todo por pessoas que eu mal conheço”, emenda, referindo-se ao hábito brasileiro de cumprimentar com beijos no rosto.
Embora as aulas de português tenham sido um aspecto central das atividades – todos receberam, ao final do programa, o certificado do curso de Imersão Cultural em Língua Portuguesa – os visitantes lamentaram não ter um domínio melhor do idioma no dia a dia. “Foi difícil me comunicar em algumas situações. Eu gostaria de saber português, porque todos se esforçam tanto para falar inglês conosco que seria bom que nós pudéssemos dizer ‘ah, eu também sei um pouco de português’”, lamentou Cassandra Pereira, 19.
“No final, eles reconheceram que português, apesar de difícil, não é impossível de aprender”, pondera a professora Martha Júlia Martins de Souza (na foto acima, entre os estudantes), uma das responsáveis pelas aulas do idioma para o grupo de canadenses. Para ela, a experiência com os alunos-visitantes foi “fantástica”. Além de Martha, a professora Ângela Faria Brognoli também ministrou aulas de português. No total, a equipe que orientou as demais atividades foi composta por 16 servidores docentes e técnico-administrativos da Reitoria e do Campus Florianópolis-Continente. Já a hospedagem foi oferecida por oito servidores.
Os estudantes chegaram a Florianópolis no dia 5 de junho e participaram de uma programação intensa ao longo de quatro semanas, que incluiu visitas ao Centro de Florianópolis, às localidades de Ribeirão da Ilha, Barra da Lagoa e Santo Antônio de Lisboa, à praia de Naufragados e à região do litoral Norte catarinense conhecida como Costa Esmeralda – que inclui Balneário Camboriú, Porto Belo, Bombinhas e Itapema. No Campus Florianópolis-Continente, onde frequentaram as aulas de português, eles também realizaram atividades na área de cozinha e panificação. Uma das atividades mais festejadas foi o jogo entre Avaí e América-MG, no dia 15 de junho, que os estudantes foram assistir no estádio da Ressacada. Apesar do pequeno público presente, eles se empolgaram com a torcida avaiana e comemoraram a vitória do Leão da Ilha por 2 a 0. “Foi uma experiência incrível”, resumiu Christine Chochla, 22 anos.
De acordo com o coordenador de Assuntos Internacionais do IFSC, Jair Líbero Cadorin, a experiência de um mês com os alunos do Canadá teve excelentes resultados e vai nortear futuras ações na área do intercâmbio acadêmico, como acolhimento de novos alunos, aulas de português para estrangeiros e abertura de portas para alunos e servidores do IFSC para experiências no Canadá.