Greve no IFSC completa dois meses
17. agosto 2012 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: MatériasNeste sábado (18), a greve no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) completa dois meses. A paralisação foi iniciada em 18 de junho, após aprovação em assembleia do Sinasefe-SC, sindicato que representa os servidores do IFSC. A greve segue um movimento nacional, que atinge a maioria das universidades e institutos federais do Brasil.
No dia 25 de julho, a reitora do IFSC, Maria Clara Kaschny Schneider, emitiu uma nota oficial, suspendendo o início do semestre letivo nos campi afetados pela paralisação. “Não há condições de iniciar um novo semestre porque muitos cursos não chegaram a encerrar o semestre anterior. Nossa maior preocupação é evitar prejuízos ainda maiores para nossos alunos”, explicou.
Os campi Araranguá, Canoinhas, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Florianópolis-Continente, Gaspar, Geraldo Werninghaus, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joinville, Palhoça-Bilíngue, São José, São Miguel do Oeste e Xanxerê estão com as aulas suspensas até que a greve seja finalizada. Já os campi Lages, Urupema, Caçador e Garopaba seguem funcionando com as atividades normalizadas.
Os alunos dos campi afetados pela greve devem aguardar a publicação do calendário de reposição de aulas, que será divulgado após o fim da greve. A reitora do IFSC tranquiliza os alunos quanto ao cumprimento do calendário acadêmico. “Todas as aulas serão repostas e todas as matrículas que deixaram de ser realizadas serão feitas quando a greve terminar”, declara. A reitora também reafirma o compromisso de uma reposição séria. “Vamos repor tanto as atividades acadêmicas quanto as administrativas tão logo a paralisação seja encerrada”, destaca.
No mês de julho, o governo apresentou uma proposta de reestruturação da carreira para os professores das universidades e institutos federais, que foi recusada pelos docentes. Uma nova proposta foi apresentada, a qual foi aceita apenas pela Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes).
Já para os servidores técnico-administrativos, o governo apresentou uma proposta de reajuste de 15%, parcelado em três vezes, até 2015. A proposta contempla também um aumento nos índices de progressão e incentivo à qualificação. A proposta será votada na próxima assembleia do Sinasefe-SC, marcada para terça-feira (21).
Para o coordenador-geral do Sinasefe-Sc, Marcos Aurélio Neves, a greve é legítima e só se fortaleceu ao longo desses dois meses. “Eu não tenho dúvidas que nossa reivindicação é justa e que nós fazemos parte de uma política pública de desenvolvimento humano. Nosso movimento cresceu muito nas últimas semanas e o avanço nas negociações é prova disso”, avalia.
A reitora do IFSC destaca que a greve sempre é um momento de crise, mas que a instituição deve buscar sair fortalecida. “Sabemos que a greve traz prejuízos, principalmente para os alunos, mas estamos buscando auxiliar como podemos para que se chegue a um acordo e para que os servidores possam voltar à rotina mais motivados”, afirma. Além disso, reitera o compromisso com a sociedade em repor todas as atividades acadêmicas e administrativas. “Temos esse compromisso com a comunidade. Por isso me posicionei totalmente contra o corte dos salários, para garantir a reposição”, explica.
Nesta quinta-feira (16) foi realizada mais uma assembleia do Sinasefe-SC, no ginásio do Campus Florianópolis. Cerca de 250 pessoas participaram do encontro, onde foi feita uma avaliação geral do movimento até agora e análise das propostas apresentadas. Foi aprovada também a pauta interna de reivindicações do IFSC, documento que contempla as reivindicações de todos os campi do Instituto. O documento será entregue à reitora na próxima segunda-feira (20).
Foto reunião Brasília: Ilkens Souza