IFSC irá organizar Conferência Internacional de Algas Nocivas em 2016

17. agosto 2012 | Escrito por | Categoria: Câmpus Itajaí, Eventos, Matérias

Pela primeira vez, a Internacional Conference on Harmful Algae (ICHA) – Conferência Internacional de Algas Nocivas, será realizada na América do Sul. Florianópolis teve sua candidatura aprovada como cidade-sede para a 17ª edição do evento, que será realizado em 2016. E a responsabilidade para organizar a conferência no Brasil será do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).

A vinda do evento para a capital catarinense foi possível graças ao professor do Campus Itajaí do IFSC, Luís Antônio Proença, que será o presidente da conferência de 2016. Proença é colaborador do Laboratório de Pesquisa e Monitoramento de Algas Nocivas e Ficotoxinas do Instituto e participa do Programa Algas Nocivas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O professor explica que há anos existe a vontade dos pesquisadores da Sociedade Internacional de Estudos sobre algas nocivas de fazer a ICHA na América do Sul. Em uma reunião com pesquisadores brasileiros realizada em João Pessoa no mês de julho, Florianópolis surgiu como uma boa opção para apresentar a candidatura brasileira. “Além de possuir uma maricultura expressiva de ostras e mexilhões e um histórico no estudo das algas nocivas, a cidade é um destino turístico importante”, conta.

A conferência internacional é realizada a cada dois anos. Em 2012, será feita na Coreia do Sul. Já em 2014 quem sedia o evento é a Nova Zelândia. De acordo com Proença, a realização de um evento dessa importância em Florianópolis só traz benefícios que ultrapassam as fronteiras geográficas da cidade, estado e país. “Um evento desse tipo ajuda a desenvolver muito a área na região, pois é um evento que conta com a participação de especialistas de todo o mundo”, afirma.

A ICHA é um evento técnico voltado a pesquisadores de algas nocivas com palestras e apresentações de trabalhos. A conferência traz debates sobre métodos, novas ferramentas e legislação do setor. O público estimado é de 800 pessoas.

Para a edição que será feita no Brasil, a proposta é permitir a participação de outros públicos como estudantes e os próprios maricultores. “Queremos tentar abrir o evento para a comunidade, dando um viés de divulgação científica”, destaca Proença. Segundo o professor, o desafio é tornar essa proposta possível, uma vez que o idioma oficial do evento é inglês. “Queremos que as palestras importantes tenham tradução simultânea e pensamos em fazer oficinas paralelas”, explica.

Para o assessor de eventos do IFSC, Vinicius De Lucca Filho, esse desafio é possível em função da experiência do Instituto na realização de eventos. “Após realizarmos o II Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica neste ano, que contou com cerca de 16 mil participantes e possuía 5 idiomas oficiais, mostramos que temos condições de organizar eventos grandes e com qualidade”, ressalta.

O assessor explica que para trazer a ICHA para a capital catarinense, o IFSC fez uma parceria com o Florianópolis e Região Convention & Visitors Bureau. “Junto com o Florianópolis e Região C&VB elaboramos um dossiê para mostrar que a cidade tinha condições de receber o evento”, conta. A previsão é que a ICHA seja feita em outubro de 2016 em Florianópolis junto com a Festa Nacional da Ostra e da Cultura Açoriana (Fenaostra), já tradicional na cidade.

Centro de Referência

O IFSC busca ser referência na área de monitoramento e análise das biotoxinas de algas nocivas. Atualmente, cabe ao Instituto fazer esse monitoramento no estado de Santa Catarina em colaboração com o Cidasc.

O professor do Campus Itajaí explica que o efeito das algas nocivas é a contaminação de ostras e moluscos por causa das toxinas que podem gerar danos à saúde das pessoas. “O monitoramento visa evitar que moluscos cheguem aos consumidores contaminados”, conta.

Para fazer esse monitoramento, o Campus Itajaí conta com um laboratório da Rede Nacional de Laboratórios do Ministério da Pesca e Aquicultura (Renaqua), coordenado pelo professor Mathias Alberto Schramm, que também faz parte da comissão organizadora da ICHA.

O laboratório do Campus Itajaí é referência do Ministério da Pesca e Aquicultura para análises de toxinas produzidas por algas. “A realização da conferência internacional em 2016 só vem a contribuir para os trabalhos desenvolvidos pelo laboratório”, afirma Schramm.

Para mais informações sobre algas nocivas, clique aqui e acesse a página do laboratório do Campus Itajaí.

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