Levar moradores de Florianópolis, principalmente os de baixa renda, a conhecer a história e o patrimônio do Centro Histórico da cidade é o objetivo do projeto “Ver, ouvir, sentir Florianópolis, a  Vila Capital”, elaborado por quatro egressas do Campus Florianópolis-Continente e associadas da Uatapí, a associação de condutores culturais e ambientais incubada no campus. Vão ser atendidas cerca de 400 pessoas, principalmente de baixa renda, o que é um dos diferenciais da proposta.

O projeto é apoiado por meio de recursos do Edital de Apoio às Culturas, lançado pela Fundação Cultural Franklin Cascaes, da prefeitura de Florianópolis. Isabel Silveira, Nerivalda Duarte, Taíze Florenço e Tânia Donadel, egressas do curso de formação inicial e continuada em Condutor Cultural Local do Centro Histórico de Florianópolis, oferecido pelo IFSC no Campus Florianópolis-Continente, são as autoras da proposta.

Isabel e Tânia explicam que a ideia é transportar os participantes para a Florianópolis do início do século XX. “A cidade mudou muito depois da construção da Ponte Hercílio Luz [inaugurada em 1926]”, conta Isabel. Para contar como era a Capital naquela época, elas vão usar versos, materiais antigos e até alimentos. “É uma narrativa com emoção. Vamos humanizar a informação”, completa Tânia.

O público-alvo do projeto são alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), trabalhadores e frequentadores da região central da cidade e integrantes da Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis (Fhoresc) e da empresa Floripa By Bus, que tem roteiros gratuitos para  entidades filantrópicas da cidade. As conduções vão ocorrer entre 4 de outubro e 13 de dezembro, às terças e quintas, das 18h às 20h, com o seguinte roteiro: Forte de Santa Bárbara, Avenida Hercílio Luz, Rua Fernando Machado, Catedral Metropolitana, Igreja Nossa Senhora do Rosário, Largo da Alfândega, Mercado Público (foto) e Memorial do Miramar.

As quatro autoras do projeto são membros da Uatapí – Associação de Condutores Ambientais e Culturais da Grande Florianópolis, criada em novembro de 2011 por formados nos cursos de Condutor Ambiental e Condutor Cultural do Campus Florianópolis-Continente. A associação está incubada no campus, com previsão de pós-incubação para 2014. A professora Cláudia Hickenbick, que acompanha o trabalho da associação, explica que o “Ver, ouvir, sentir Florianópolis, a Vila Capital” tem como um de seus objetivos a inclusão social. “Ele vai proporcionar a essas pessoas acesso a conhecimento e cultura”, afirma.

Outro diferencial do projeto é que ele visa a trabalhar com moradores de Florianópolis, e não com turistas. Com isso, os condutores pretendem repassar o conhecimento sobre o patrimônio histórico e cultural do Centro da cidade, muitas vezes desconhecido mesmo entre os habitantes “Por exemplo, pouca gente sabe, mas havia antigamente um galpão onde se vendiam escravos na Conselheiro Mafra”, conta Cláudia.