Ocorreu durante a II Semana da Consciência Negra do Campus Florianópolis o I Encontro de Servidores Negros do IFSC. O evento, que teve a participação de servidores do campus e da Reitoria, teve como objetivo discutir a luta pela igualdade racial e a atuação dos negros no IFSC.

A técnica em assuntos educacionais Mariza Carmen da Silva, da comissão organizadora do evento, explica que o encontro foi aberto a todos os servidores, negros e não-negros. “O objetivo foi bater um papo com os servidores autodeclarados negros, ver como eles se sentem na instituição, a dificuldade que encontram e resgatar a história dos negros dentro do IFSC”, conta Mariza, servidora do Campus Florianópolis desde 1978.

O encontro, realizado no auditório do Campus Florianópolis, teve uma mesa redonda em que os servidores falaram sobre a luta pela igualdade racial, o movimento negro e sua atuação dentro do IFSC. Referindo-se à luta pela igualdade racial pedagoga Michelle Conceição Correa, da Reitoria, diz que espera “chegar um dia em que não se precise mais falar sobre isso”, mas que, hoje, não se pode fugir dessa discussão. A mesma opinião tem o dentista Rogério Góes, do Campus Florianópolis. “Ainda vivemos sob o mito da democracia racial”, afirma.

Para Rogério, que apresentou uma pesquisa sobre diferenças no atendimento da saúde pública a negros e não-negros no primeiro dia da Semana da Consciência Negra, não é apenas a pobreza que explica a pouca presença dos negros em vários segmentos da sociedade, como o ensino superior, por exemplo. “Se a questão fosse só econômica, seria mais fácil de resolver. Mas, infelizmente, não é assim que ocorre”, lamenta.

Mariza da Silva conta que o objetivo é tornar o Encontro de Servidores Negros do IFSC um evento anual e ampliá-lo para a participação de mais campi.