Laboratório de Itajaí será referência nacional no monitoramento de recursos pesqueiros
29. novembro 2012 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Itajaí, MatériasO Campus Itajaí terá o laboratório oficial do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) para executar o monitoramento de resíduos e contaminantes em recursos pesqueiros do Brasil. O Laboratório de Pesquisa e Monitoramento de Algas Nocivas e Ficotoxinas do campus será o responsável por esse serviço e, por isso, o IFSC vai receber R$ 3.056.399,72 do MPA para os próximos três anos.
Os recursos serão utilizados para aquisição de equipamentos (R$ 1,4 milhão) e custeio (1,6 milhão para material de consumo e contratação de pessoal) durante os três anos de projeto, de acordo com o coordenador do laboratório, Mathias Alberto Schramm. Os equipamentos adquiridos são para análise de ficotoxinas, entre eles: cromatógrafo líquido e sistema de espectrometria de massas. O laboratório integra a Rede Nacional de Laboratórios do Ministério da Pesca e Aquicultura (Renaqua), criada em abril de 2012.
“Realizaremos análises para o Programa Nacional de Controle Higiênico Sanitário de Moluscos Bivalves em mexilhões e outros moluscos bivalves que sejam cultivados, como ostras e vieiras. À medida que outros moluscos sejam cultivados, ou eventualmente tenhamos áreas de extração regulamentadas, como de berbigões, estes recursos devem ser analisados”, explica Mathias.
Hoje o laboratório do Campus Itajaí faz a análise da qualidade de ostras e mariscos para produtores de Santa Catarina. “Nosso escopo analítico é para biotoxinas marinhas. Realizamos a identificação e contagem de microalgas nocivas produtoras de toxinas nas áreas de cultivos de moluscos, através de microscopia, e e realizamos os ensaios para identificação e quantificação de ficotoxinas (toxinas das algas) presentes na carne dos moluscos através de análises químicas e biológicas”, diz o coordenador Mathias Schramm.
“É uma questão que envolve segurança alimentar”, destaca o diretor-geral do Campus Itajaí, Widomar Pereira Carpes Júnior. Isso porque as toxinas de microalgas que se acumulam na carne dos moluscos podem causar, por exemplo, gastroenterites agudas, provocando náuseas, vômitos e diarreia.
Com a transformação em laboratório oficial do MPA, o projeto, explica Widomar, é criar núcleos em outros estados, por meio dos quais instituições conveniadas vão poder fazer análises consideradas mais simples. Casos que exijam contraprova ou exames mais detalhados e complexos seriam enviados ao Laboratório de Algas Nocivas e Ficotoxinas.
Segundo o diretor-geral, a escolha do laboratório do Campus Itajaí teve como um dos fatores determinantes o fato de alguns dos maiores especialistas na área de algas nocivas e ficotoxinas do país estarem no IFSC.
Mathias Schramm afirma que a equipe recebeu a notícia com muito orgulho, pois é o reconhecimento do MPA sobre a capacidade técnica dela nesta área de atuação. “Essas ações do MPA têm o objetivo de incrementar a produção do pescado brasileiro com garantia de qualidade, visando inclusive a comercialização internacional, o que aumenta nossa responsabilidade com o setor da maricultura, principalmente de moluscos tão característicos de nosso estado”, comenta.
A equipe do laboratório é composta atualmente, além do coordenador, pelos professores-pesquisadores Luís Antônio Proença, Thatiana Oliveira Pinto e Thiago Pereira Alves.