Neste mês, mais um grupo de servidores do Campus Florianópolis-Continente embarcou para a França para um intercâmbio de duas semanas nas instituições francesas La Rochelle e Saint Quentin em Yveline, ambas públicas e especializadas na área de hospitalidade e lazer. Além do acompanhamento pedagógico, os cinco professores e uma servidora técnico-administrativa puderam observar os processos administrativos. A viagem faz parte de uma cooperação bilateral Brasil/França proposta pelo IFSC e aprovada em um edital do Ministério da Educação (MEC) em 2010.

Nesta viagem, o foco do projeto foi a área de cozinha – já que, anteriormente, haviam sido contempladas as áreas de turismo e hospedagem. A coordenadora do projeto, Fabiana Mortimer Amaral, explica que a troca de experiências é um dos objetivos do intercâmbio. “Queremos ver como os processos são feitos na França e até adaptar ações feitas nas instituições de lá, tanto de prática pedagógica quanto administrativa”, afirma.

Fabiana ficou impressionada com alguns processo desenvolvidos na França.“Nos chamou a atenção a maneira como eles fazem a gestão de insumos e a metodologia de avaliação utilizada”, destacou. A coordenadora explica que pedagogicamente o ideal é que tudo que é produzido nas aulas práticas de cozinha não seja consumido por quem faz. É por isso que nas instituições francesas toda cozinha já possui um restaurante-escola em que as comidas feitas pelos estudantes são servidas a clientes externos e alunos com preço compatível com o gasto para a obtenção da matéria-prima. “Atualmente, o Campus Florianópolis-Continente faz ambientações em que permite esse tipo de prática, mas podemos aprimorar nosso processo pedagógico pensando em uma forma de tornar a escola e o ambiente profissional mais ligados”, conta.

A metodologia de avaliação utilizada na França foi outro ponto ressaltado pela coordenadora. “As instituições que visitamos possuem referências mais precisas, com processo e métodos que dão conta de avaliar a técnica profissional dos alunos”, diz.

A partir da cooperação internacional, já foi criado um grupo de trabalho para estudar um referencial nacional para cursos superiores de gastronomia. “A intenção é expandir esse estudo também para os cursos técnicos para que haja uma maneira mais clara e impessoal para fazer essa avaliação”, afirma Fabiana.

Outro resultado que o projeto já trouxe foi a ideia de oferecer uma formação de metodologia para professores que atuam na área de Gastronomia. “Queremos fazer uma parceria com as instituições francesas e oferecer cursos a distância para os servidores do IFSC e de todo o Brasil”, adianta a coordenadora.

Além de servidores do IFSC, também participaram dessa última viagem servidores dos institutos federais Fluminense, de Brasília e do Tocantis. Fabiana explica que os convites aos institutos foram feitos pensando de uma maneira geográfica. “Gostaríamos que todas as regiões tivessem um instituto que pudesse também compartilhar essa experiência”, conta.

Com recursos do MEC, o projeto contemplou, em dois anos, três idas de servidores brasileiros à França e a vinda de alunos franceses para o Brasil. Cerca de 25 servidores da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica tiveram a oportunidade de participar do intercâmbio.

Como última etapa, duas alunas do IFSC embarcam em janeiro para um estágio de três meses em restaurantes franceses. Elas serão as primeiras estudantes de cursos técnicos dos institutos federais a participarem de um intercâmbio internacional.