Aluno da EaD supera dificuldades para participar das aulas presenciais
15. abril 2013 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: MatériasAlgumas pessoas não medem esforços para alcançar um objetivo. O policial militar Edvaldo Novaes Costa mora no Distrito de Estrela da Barra, em Minas Gerais e, uma vez por semana, se desloca até o município de Jales, no interior de São Paulo, para participar das aulas presenciais do curso de especialização em Gestão Pública, ofertado por meio do Programa Universidade Aberta do Brasil. Para isso, o aluno tem duas opções de trajeto.
Uma delas é pegar um ônibus até o município de Carneirinho (MG) e de lá pegar outro ônibus até Jales. Todo o trajeto dura cerca de 3h, totalizando 180 km. “No retorno eu pago um mototáxi ou pego uma carona até o Centro de Jales e pego os mesmos ônibus. Chego em casa por volta das 2h da madrugada”, conta.
A outra opção é utilizar a balsa para fazer a travessia do Rio Grande, que divide os estados de Minas Gerais e São Paulo. Nesse caso, o trajeto é mais rápido (são cerca de 40 km), porém não há mais balsas disponíveis no horário em que a aula termina. “Então eu vou de carro até Santa Albertina, deixo ele guardado em um posto policial e atravesso o rio de barco a motor”, relata o aluno. A travessia dura cerca de 15 minutos (são 3 km de rio). “Mas o maior desafio é que a noite a visibilidade é zero. É perigoso, mas normalmente essa é a alternativa”, afirma.
Desde que iniciou o curso, Edvaldo já passou por algumas situações difíceis durante esse trajeto, realizado toda quarta-feira. “Um dia eu cheguei para pegar o barco, por volta de 22h40, e por causa da chuva não foi possível fazer a travessia, pois colocava em risco a minha integridade. Então eu dormi dentro do carro e pela manhã peguei a primeira balsa para Minas Gerais às 8h30”, relata. “Uma vez durante a travessia o vento estava muito forte, pensei que não conseguiria chegar do outro lado”, lembra.
Em busca de qualificação
Edvaldo conta que ficou sabendo do curso pela Internet, e como já atua na área pública há 19 anos, resolveu se qualificar ainda mais. Ela já é técnico em Segurança Pública pela Polícia Militar de Minas Gerais; já realizou o Curso de Segurança Patrimonial e Transporte de Valores; o Curso de Formação de Sargento do Exército; possui graduação em Gestão Ambiental e atualmente cursa licenciatura em História e especialização em Gestão Pública.
Ele iniciou a especialização do IFSC em outubro do ano passado, com previsão de término em 2014. Quando perguntado sobre a qualidade do curso, Edvaldo não economiza nos elogios. “Excelente, estou adorando. Vejo que para o curso ser realizado em Jales através do IFSC foi necessário todo planejamento, que envolveu recursos, contratação de funcionários e adequação no sistema de transmissão para que tivéssemos aula ao vivo. Os profissionais que atuam aqui são competentes e dedicados”, avalia.
Exemplo de motivação
De acordo com os tutores do curso, João Batista Mansueli e Rosimeire Farinelli, Edvaldo se apresenta muito motivado. “Ele reconhece que o curso de especialização em Gestão Pública está lhe trazendo crescimento pessoal e profissional. Prova da motivação do aluno é o número de participações registradas nas planilhas de acompanhamento que fazemos semanalmente”, relatam.
Com toda essa dedicação, Edvaldo inspira outros colegas e até os tutores a se manterem motivados. “Com certeza, alunos como o Edvaldo, assim como outros que temos em sala de aula, nos fazem acreditar na importância de se ter uma formação e principalmente que seja de boa qualidade, como a oferecida pelo IFSC. Tudo isso se apresenta como um estímulo positivo em nossa caminhada como tutores também”, concluem.
Planos para o futuro
Após terminar o curso de especialização e a licenciatura em História, Edvaldo pretende voltar para Itanhaém, em São Paulo, cidade natal dele e da sua esposa. “Em 2003 nós deixamos nossa casa e nossa família em busca de qualificação e crescimento profissional. Prestei vários concursos públicos. A Polícia Militar de Minas Gerais, onde atuo há seis anos, foi a porta para o nosso sucesso. Com mais recurso financeiro, consegui fazer uma graduação e me manter estudando até hoje. A nossa meta é voltar para casa. Longe da família não tem brilho”, revela.
Aos 35 anos e com um filho de sete, Edvaldo conta que outro motivo para a vontade de voltar para Itanhaém é a realização da esposa. “Não adianta eu estar satisfeito com minha vida financeira e minha esposa não. Precisamos morar em um local onde eu ela possamos nos sentir realizados”, conclui.
Fotos: Arquivo pessoal