Servidoras do IFSC fazem campanha anti-homofobia
17. maio 2013 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Criciúma, Câmpus Palhoça Bilíngue, Matérias, ReitoriaNesta sexta-feira (17), é comemorado o dia internacional de combate à homofobia. Para marcar a data, três servidoras do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) desenvolveram uma campanha para lembrar os alunos a respeitarem as diferenças. O projeto é resultado do trabalho do curso Gênero e Diversidade na Escola: Formação de professores em gênero, sexualidade, orientação sexual e relações étnico-raciais promovido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A campanha se baseia em cartazes para serem divulgados nos câmpus e nas mídias sociais do Instituto. Com uma mensagem de que “Preconceito gera violência”, a arte busca mostrar que o IFSC valoriza a diversidade.
De acordo com a servidora Janaína Turcato Zanchin, psicóloga da Coordenadoria de Inclusão e Assuntos Estudantis do IFSC, a intenção do trabalho é mostrar para os estudantes que o IFSC se preocupa com essas questões e que é preciso aceitar e respeitar as diferenças. “Marcar uma proposta dessas exatamente para esta data é para nos integrarmos na ideia de que a homofobia não pode fazer parte do IFSC que queremos e isso é importante justamente no momento em que estamos discutindo o Plano de Desenvolvimento Institucional”, destaca.
Janaína decidiu fazer o curso da UFSC pela relação direta com o seu trabalho na Reitoria, já que atua na Diretoria de Assuntos Estudantis. A inclusão da diversidade é uma das questões tratadas pela Pró-Reitoria de Ensino.
Atualmente, o IFSC já desenvolve um trabalho específico com estudantes em vulnerabilidade social por meio do Programa de Atendimento aos Estudantes em Vulnerabilidade Social como complementação de renda para que o aluno se mantenha estudando. Mas, segundo a psicóloga, é preciso ir além. “Ainda queremos estruturar outras propostas vinculadas à garantia do acesso à educação e da permanência de qualquer estudante no IFSC com as condições adequadas e garantindo seus direitos de tratar a qualquer aluno de maneira equânime, ou seja, dando a quem precisa de condições diferenciadas essa possibilidade e também garantindo que as escolhas de gênero dos nossos alunos não prejudiquem seu processo de aprendizagem”, explica.
Ações contra a homofobia no IFSC
Um bom exemplo nesse sentido é uma deliberação aprovada no Colegiado de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFSC em 2010 que regulamenta a inclusão do nome social de travestis e transexuais nos registros acadêmicos do Instituto. A partir dessa deliberação, alunos transexuais têm garantido que o Instituto usará o seu nome social em todos os espaços públicos – como provas e chamadas -, reservando o nome civil apenas para o registro do seu diploma e histórico escolar. “Nessas situações é fundamental que o aluno possa ser acolhido na sua diversidade e esta é a nossa proposta”, afirma Janaína.
Apesar de ainda não possuir um projeto institucional para trabalhar diretamente com a homofobia, o IFSC conta com distintos trabalhos que tratam da temática de gênero e diversidade. Janaína destaca a importância do trabalho dos núcleos pedagógicos dos câmpus nesse sentido. “O acompanhamento dos estudantes é realizado por esse setor e é através desses servidores que os alunos buscam encaminhas suas dificuldades no processo de ensino e aprendizagem na instituição, processo que se complica caso um aluno nosso sofra qualquer tipo de preconceito”, conta. Além disso, o Instituto possui a Comissão de Ações Afirmativas que trabalha para facilitar o acesso e a permanência dos alunos que possam ser discriminados – seja por questões de sexualidade, gênero ou raça.
Para a servidora, as discussões teóricas do curso feito na UFSC – na modalidade semi-presencial – proporcionaram mais ideias de ferramentas para o IFSC lidar com essas situações. Além de Janaína, no polo Florianópolis do IFSC, participaram também as professoras Janaí de Abreu Pereira, do Câmpus Palhoça Bilíngue, e Milena Brandão, do Câmpus Criciúma.
Foi o marido de Milena, inclusive, Eduardo Tanaka – com formação em design gráfico – , que elaborou a arte da campanha. Docente na área de arquitetura e urbanismo, a servidora se interessou pelo curso da UFSC em função da assimetria de gênero no mercado de trabalho do profissional técnico. Para a professora, existe um mito em relação à efetiva inclusão das mulheres no mercado de trabalho já que muitas pessoas ainda têm enraizada a ideia de que existem profissões de mulheres e de homens. “Como uma instituição de ensino técnico e tecnológico, temos que estar atentos ao contexto apresentado e atuar diretamente na quebra desses preconceitos”, ressalta.
Campanha
Para ajudar a divulgar a campanha anti-homofobia, clique aqui e faça o download do cartaz. Compartilhe também a arte publicada na página do IFSC no Facebook.