Ex-aluno do IFSC é selecionado para doutorado na Inglaterra

28. junho 2013 | Escrito por | Categoria: Câmpus Florianópolis, Matérias

Ainda na graduação, Eduardo dos Santos já se interessava pela vida acadêmica. Enquanto estava no curso superior de tecnologia em Gestão da Tecnologia da Informação do Câmpus Florianópolis do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), o estudante já fazia disciplinas optativas no mestrado em Ciência da Computação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Logo que terminou a graduação em 2010 – integrando a primeira turma do curso -, a entrada no mestrado foi um caminho natural. Agora, com 27 anos, o jovem comemora mais uma conquista: a aprovação no curso de doutorado da Universidade de Oxford, a melhor instituição do Reino Unido e uma das melhores do mundo.

O gosto por trabalhar com pesquisa motivou Eduardo a fazer o doutorado. “Gosto de pensar soluções para problemas que ainda não foram resolvidos e, além disso, durante o mestrado, conheci diversos colegas que fizeram doutorado e que hoje estão bem”, conta. A oportunidade de morar em outro país e ter contato com outra cultura levou Eduardo a buscar oportunidades de estudo fora. “O que mais me atraiu para Oxford foi o fato de ser um programa misto de ensino e pesquisa em que, dentro da parte de ensino, também teremos uma parte prática bastante forte”, explica.

Eduardo foi selecionado para o curso de doutorado em Segurança Cibernética (D.Phil in Cyber Security). O curso começa em outubro e terá duração de quatro anos. O primeiro ano do curso será dedicado a aulas e, ao final desse primeiro ano, os estudantes fazem um estágio em alguma empresa ou órgão do governo local para aplicar os conhecimentos adquiridos na prática. Do segundo ao quarto ano, os alunos dedicam-se à pesquisa e ao projeto de tese.

Conquista

A conquista do ex-aluno do IFSC é ainda maior quando se pensa no pequeno número de brasileiros que conseguem estudar em Oxford. Atualmente, apenas 42 estudantes do Brasil estão matriculados na instituição inglesa, de um total de cerca de 20 mil alunos. O processo de seleção para Oxford envolveu análise de documentação e entrevista. No programa para qual Eduardo se candidatou, haviam 45 inscritos para 17 vagas – sendo que apenas cinco vagas poderiam ser ocupadas por estudantes de fora da União Europeia.

Para o professor Antônio Pereira Cândido, atual coordenador do curso superior de tecnologia em GTI do Câmpus Florianópolis, a notícia de que o egresso do curso havia sido selecionado para Oxford foi recebida com muita alegra. “Eduardo sempre foi um aluno compenetrado, disposto a vencer as barreiras que se lhe apresentavam”, destaca. Segundo Cândido, as produções acadêmicas do aluno sempre eram feitas com muita dedicação. “Quase sempre, Eduardo ultrapassava as nossas expectativas em termos de conteúdo e qualidade”, afirma.

Eduardo acredita que sua formação no IFSC contribuiu para essa conquista. “No Instituto, tivemos disciplinas introdutórias de Segurança da Informação que foram bastante úteis em despertar meu interesse por essa área”, conta. O estudante afirma que a visão que o curso de graduação do IFSC lhe proporcionou contribui até hoje em sua especialidade que é a Segurança da Informação. “Não dá para resolver qualquer problema de segurança usando uma abordagem apenas tecnológica, é necessário levar outros fatores em consideração também, como o fator humano e tivemos algumas disciplinas a respeito disso durante o curso”, diz.

Financiamento

O curso de doutorado em Oxford é pago, por isso Eduardo depende da obtenção de uma bolsa de estudo para conseguir viajar. O estudante solicitou financiamento pelo programa Ciência sem Fronteiras e está confiante em receber a bolsa. “O projeto de pesquisa que enviei já havia sido aprovado anteriormente no programa do Governo Federal, eu só não pude dar continuidade à implementação da bolsa porque não havia sido aprovado no processo seletivo de outra universidade para a qual tinha me inscrito”, explica.

A expectativa de Eduardo é que o resultado do financiamento pelo Ciência sem Fronteiras saia até metade de agosto para dar tempo de finalizar os trâmites da viagem. Caso não consiga financiamento, o estudante não terá como fazer o curso em função das taxas escolares. “De qualquer modo, pretendo também me inscrever para bolsas de estudo de outras agências de pesquisa ou até da própria universidade”, conta.

Enquanto aguardo o resultado, Eduardo já imagina fazer uma boa pesquisa e contribuir para o desenvolvimento da área de Segurança Cibernética. “Talvez até criar projetos tendo o Reino Unido e o Brasil como parceiros”, cogita. E já que as possibilidades estão abertas, Eduardo não descarta voltar para o IFSC. “Terminando o doutorado, devo voltar ao Brasil e, quem sabe, iniciar carreira como professor universitário, de repente, até do IFSC”, planeja.

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