Câmpus Canoinhas recebe seminário de inclusão de pessoas com deficiência
23. agosto 2013 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Canoinhas, Eventos, MatériasO Câmpus Canoinhas foi sede na quinta e sexta, dias 22 e 23, do Seminário de Inclusão da Pessoa com Deficiência no Ensino Superior. O evento foi promovido pelo IFSC em parceria com a Universidade do Contestado (UnC) e a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), com o objetivo de provocar a reflexão sobre as ações realizadas pelas instituições de ensino e também pela sociedade em geral no que se refere à temática da inclusão.
O palestrante da noite de abertura do seminário, Mário Cezar da Silveira, arquiteto e especialista em acessibilidade, provocou a plateia a refletir sobre a verdadeira inclusão dos deficientes. Apresentou conceitos e mostrou que ao longo da história muitos paradigmas foram solidificados, provocando o afastamento da pessoa com deficiência do convívio social.
“Partimos da exclusão na Idade Média, para a integração na Idade Moderna, e agora estamos buscando a inclusão. Integração é fazer ‘para ele’. Inclusão é fazer ‘com ele’. A pessoa com deficiência precisa participar das decisões. Primeiro precisamos entender que quem tem deficiência é uma pessoa como outra qualquer, com todos os direitos. Quando isso acontecer teremos uma sociedade inclusiva e plena, com educação em todos os níveis”, refletiu Silveira.
O especialista abordou vários aspectos necessários para incluir o deficiente na educação, abordando leis e decretos que confirmam esses direitos. “Temos uma das melhores legislações do mundo que precisa ser colocada em prática”. Silveira disse que a escola inclusiva deve ter acessibilidade física, monitoramento, adaptação curricular para cegos, textos ampliados para deficientes visuais, informação tátil no piso, intérpretes de libras, professor auxiliar, reforço pedagógico, adaptação na forma de avaliação, informações visuais simples e profissionais preparados.
Mário Cezar da Silveira tem uma filha com deficiência física de 26 anos. Carolina rompeu desafios e inspirou o pai a rodar o Brasil promovendo a acessibilidade e provocando a reflexão sobre conceitos enraizados na sociedade, em mais de 600 palestras já realizadas desde 2006. Carolina é psicóloga, com pós-graduação em Saúde Mental e graduada em Processos Gerenciais.
Escolas e profissionais preparados
No seminário foram discutidas questões técnicas, teóricas e práticas acerca da inclusão da pessoa com deficiência no ensino superior. A educadora Edite Sehnem, da Fundação Catarinense de Educação Especial, esclareceu pontos necessários na abordagem e pedagogia necessária para promover a inclusão destes alunos. “A escola modelo pode ser a sua, na medida em que toda a comunidade escolar busque superar todas as dificuldades”, afirmou.
A especialista disse que é preciso conhecer o sujeito, sua deficiência e necessidade e adaptar a estrutura para receber este aluno. “O sujeito deficiente tem uma função afetada. Porém, ele não tem apenas uma função. Para que ele possa exercer determinada função, é necessário a interação do indivíduo com o ambiente”, questionou.
A diretora-geral do Câmpus Canoinhas, Maria Bertília Oss Giacomelli, lembrou que não basta apenas formar, mas também garantir a empregabilidade das pessoas com deficiência. “Os empresários têm de ter consciência de como receber estes alunos formados”, destacou.
Com informações de Rony Ramos, da Agência Alesc.