Com o objetivo de introduzir a tecnologia de veículos aéreos não tripuláveis (VANTs) no IFSC, o Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento de Sistemas Embarcados construiu um protótipo de multicóptero dentro do projeto denominado Sistema de Monitoramento de Média Altitude.

Segundo Jaicimara Weber, aluna do curso de Engenharia Eletrônica do Câmpus Florianópolis, “o objetivo do protótipo é possibilitar o monitoramento de áreas de risco, sem que haja prejuízos à segurança das pessoas”. Ela ressalta também que o multicóptero pode auxiliar no mapeamento de áreas de preservação ambiental, monitoramento de ações criminosas e levantamento de desastres naturais, entre outras atividades.

O protótipo construído no IFSC tem capacidade para um voo autônomo de até 10 minutos a uma velocidade de 15 metros por segundo, atingindo até 350 metros e podendo ser controlado a até dois quilômetros de distância por controle remoto. Sua estrutura possui ainda uma câmera, que grava com qualidade duas vezes superior a uma televisão full hd, e um sistema de transmissão de imagens. Essas duas características permitem que o voo seja acompanhado de uma base e que a transmissão tenha uma boa resolução, mesmo que a longa distância. Além disso, o multicóptero possui um GPS incorporado em sua estrutura, que permite que, em caso de perda do sinal do controle, ele retorne ao ponto de partida.

A escolha pelas seis hélices, segundo Jaicimara, tem relação com a estabilidade do protótipo, já que caso um motor tenha problemas, os demais tem condições de manter o voo estável, compensando o trabalho daquele que for perdido.

O professor Leandro Schwarz, do Departamento de Eletrônica do Câmpus Florianópolis e coordenador da primeira etapa do projeto, explica que a tecnologia de VANTs não é muito difundida no Brasil e, por isso, não é fácil encontrar os componentes necessários para a construção desse tipo de protótipo. Segundo o professor, “isso acontece porque a tecnologia de VANTs é utilizada apenas militarmente, principalmente pelos Estados Unidos, e o acesso a ela é muito restrito por questões de segurança. Nosso objetivo, então, é criar uma plataforma de desenvolvimento para nacionalizar a tecnologia, permitindo uma diminuição dos custos e um aumento da segurança para monitoramento de áreas, já que o multicóptero pode substituir os helicópteros nessas atividades”.

O projeto, que ainda está em desenvolvimento, tem como próxima fase um processo de engenharia reversa, que visa entender como funciona cada parte do protótipo. Com isso, será possível desenvolver os componentes em laboratórioe produzir tudo nacionalmente. Além disso, será criado um sistema para voo totalmente autônomo, em que o multicóptero realize um trajeto previamente definido sem ser guiado por controle remoto.

Desenvolvido desde 2012 no Câmpus Florianópolis, o projeto tem a participação de alunos do curso de Engenharia Eletrônica, professores do Departamento de Eletrônica e de um egresso do curso técnico integrado em Eletrônica.

Clique aqui e confira um voo experimental realizado durante o Sepei 2013 no Câmpus Lages.