Alunos de escola estadual assistem apresentação sobre Cruz e Sousa na Reitoria
27. setembro 2013 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: MatériasNesta quinta-feira (26), os alunos do 1º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio do colégio estadual Presidente Roosevelt assistiram à intervenção artistica do grupo Movimento de Artistas Negros, na Reitoria do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). A atividade faz parte da 7ª Primavera dos Museus, evento promovido anualmente pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) que envolve a participação de museus de todo o país. No IFSC, a participação se dá por meio do Centro de Memória, Documentação e Cultura, que está em processo de estruturação.
O grupo Movimento de Artistas Negros é composto por nove integrantes. Na ocasião, a vice presidente do grupo, Solange Adão, o músico Wellington Roberto da Silva e o membro do grupo Adriano de Brito apresentaram a leitura dramática “Apenas João”, sobre João da Cruz e Sousa. A atuação seguiu o tema proposto pelo Ibram, “Museus, memória e cultura afro-brasileira”.
De acordo com Solange Adão, o objetivo do grupo é receber negros e não negros ao movimento para discutir a própria história. “Queremos agregar participantes para discutir a nossa história e trabalhar a literatura, a música e os poemas das pessoas que são paradigmas para nós”, diz Solange.
A literatura dramática baseou-se na história de vida do escritor simbolista Cruz e Sousa, desde seu nascimento em 1861, até a sua morte em 1898. O autor era negro, filho de escravos e sofreu muito preconceito. Hoje, é um símbolo da literatura brasileira com suas principais obras: “Missal”, de poemas em prosa, e “Broquéis”, de poesias, as quais são consideradas o marco inicial do simbolismo no Brasil. Os negros que fizeram parte da história da cultura afro-brasileira, como Cruz e Sousa, Antonieta de Barros, Nego Quirido e Rita Maria, entre outros, são personagens estudados pelo grupo.
Segundo o aluno da escola Presidente Roosevelt Bruno dos Anjos, do 1º ano do ensino médio, a apresentação trasmitiu muita emoção e conhecimento. “Cruz e Sousa sofreu preconceito e foi julgado por muitas pessoas”, conta Bruno.
A ideia do movimento é mostrar a cultura afro-brasileira e afirmar que todos têm o seu espaço, basta acreditar e batalhar por aquilo que acredita. Segundo Adriano de Brito, qualquer um pode conquistar o que quiser. “Qualquer um pode brilhar, desde que se aceite e trabalhe a sua história”, relata Adriano.