IFSC vai organizar Conferência Internacional sobre Algas Nocivas em 2016

10. outubro 2013 | Escrito por | Categoria: Câmpus Itajaí, Eventos, Matérias

participantes_reuniao_algas_nocivasA 17ª Conferência Internacional sobre Algas Nocivas (ICHA, sigla em inglês para International Conference on Harmful Algae), que será realizada em Florianópolis entre 9 e 14 de outubro de 2016, será um espaço para discussão entre a comunidade científica da área, mas também terá atividades com o objetivo de extensão e divulgação científica, aproximando a comunidade do tema. Essa foi uma das deliberações da reunião da comissão científica responsável pela preparação do evento, que será organizado pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e será a primeira edição realizada na América do Sul.

A organização da 17ª ICHA foi um dos assuntos discutidos durante a Reunião Latino-americana sobre Algas Nocivas, que reuniu mais de 60 especialistas no assunto em Florianópolis, esta semana. De acordo com Luis Antônio de Oliveira Proença, professor do Câmpus Itajaí e organizador da reunião, a intenção é oferecer possibilidades de participação à comunidade externa e leiga no assunto, além de envolver também pessoas que desenvolvem atividades de interesse na área, como produtores de moluscos e donos de restaurantes especializados nesses frutos do mar. “O detalhamento dessas atividades ainda serão organizados, e a partir de agora daremos início à organização propriamente dita e à captação de recursos”, salienta Proença, que ressalta que o IFSC fará a organização da ICHA em conjunto com outras instituições.

Outro resultado da reunião foi a formalização da Associação Latino-americana para Estudos em Algas Nocivas, que vai congregar pesquisadores do México, Argentina, Uruguai, Equador, Chile, Peru e Brasil, estimulando a realização de pesquisas conjuntas e troca de informações sobre o tema. A associação tem representantes de vários estados do Brasil e se constitui em um importante reforço para a comunidade científica da área, que também conta com um grupo de trabalho ligado à Unesco (Fansa, na sigla em espanhol).

mesa_reuniao_algas_nocivasA Reunião Latino-Americana sobre Algas Nocivas foi organizada pelo IFSC, por meio do Laboratório de Pesquisas em Algas Nocivas e Ficotoxinas do Câmpus Itajaí, e reuniu mais de 60 especialistas no assunto, vindos dos países representados na associação e também da Suécia, Espanha e Alemanha. A pesquisa na área é relevante para as áreas litorâneas e em especial para Santa Catarina, cuja produção de moluscos domina 95% do mercado brasileiro, segundo a Prefeitura de Florianópolis. “O maior problema associado às algas nocivas ocorre na contaminação de frutos do mar, principalmente moluscos bivalves, com ficotoxinas”, esclarece o coordenador do laboratório, Mathias Schramm (ao centro na foto). “Os moluscos filtram ativamente as algas e bioacumulam toxinas que podem intoxicar consumidores. Esse fenômeno é bastante conhecido e tem causado danos à saúde pública e à economia em todas as regiões do mundo”, afirmou o especialista durante a mesa-redonda sobre gestão e monitoramento de algas nocivas.

Monitoramento

O IFSC é responsável pelo monitoramento de algas nocivas e ficotoxinas no estado de Santa Catarina, ao lado da Companhia Integrada de Desenvolvimento da Agricultura de Santa Catarina (Cidasc). A atividade faz parte do Programa de Controle Higiênico-sanitário de Moluscos Bivalves do governo do estado, que está incluído em programa nacional do Ministério da Aquicultura e Pesca. As coletas são feitas em diversos pontos de áreas de cultivo de moluscos e o material é analisado nos laboratórios do Câmpus Itajaí do IFSC. Nessas amostras, são monitorados os níveis de toxinas das síndromes diarreica, paralisante e amnésica em moluscos cultivados, além da presença de organismos potencialmente nocivos.

Em 2012, a produção total de ostras, mexilhões e vieiras em Santa Catarina chegou a 23,4 mil toneladas, envolvendo um contingente de 657 maricultores, segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Os produtores estão organizados em 20 associações municipais, uma associação estadual, uma cooperativa e duas federações, em 12 municípios litorâneos entre Palhoça e São Francisco do Sul.

Leia mais sobre a Reunião Latino-americana sobre Algas Nocivas clicando aqui e aqui.

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