Começaram nesta quinta-feira (31) as comemorações oficiais dos 10 anos do curso superior de tecnologia em Radiologia do Câmpus Florianópolis. Durante uma cerimônia descontraída e emocionante, alguns dos professores responsáveis pela criação do curso e alunos das primeiras turmas puderam relembrar histórias, matar saudades e perceber o amadurecimento da área e dos profissionais formados no IFSC.

“Temos refletido feito bastante reflexão sobre os cursos superiores em tecnologia e vemos que essa definição ainda é frágil, mas, pelo que percebo, é algo que não se aplica à área de Radiologia”, afirmou a reitora Maria Clara Schneider. “E que venham mais 10, 20, 30 anos. E vamos trabalhar também na verticalização. É muito bom ver aqui os professores que construíram esse projeto com muito sonho e muita dedicação. Eu sei que vocês têm mais sonhos, professores e alunos, e nós estamos juntos nessa”, afirmou a reitora, referindo-se a futuros cursos de pós-graduação.

O diretor-geral do Câmpus Florianópolis, Maurício Gariba Júnior, também reconheceu os esforços dos docentes e anunciou mais espaço para a área de Radiologia, notícia que foi recebia com aplausos pelo público. “Com a reforma do Bloco Central, vamos liberar a parte da Mecatrônica para dar a oportunidade de crescimento que o curso merece”, disse Gariba.

A fala da reitora e do diretor-geral foram ao encontro do exposto pelo chefe do Departamento Acadêmico de Serviços e Saúde (DASS), Sérgio Hass, que, após lembrar que o curso técnico de Radiologia (que deu origem do curso superior) surgiu de uma série de ‘divisões de cursos mais antigos, afirmou que a hora agora não era do curso se dividir, mas se ampliar. “Hoje é a oportunidade destes alunos desde 2003 relatarem o que passaram na vida profissional até agora. E para lembrar que, agora, não precisamos de uma subdivisão, mas evoluir para cursos de especialização e, quem sabe, até um mestrado”, defendeu o professor.

Emocionada, a atual coordenadora do curso, Caroline de Medeiros, professora Caroline de Medeiros foi às lágrimas na hora dos agradecimentos. “Gostaria de compartilhar a minha felicidade por ser uma tecnóloga em Radiologia, e estar fazendo parte destes 10 anos. Porque só quem é tecnólogo em Radiologia sabe das dificuldades da profissão. Gostaria de agradecer aos professores que acreditaram no projeto e dizer que me sinto muito feliz de ter hoje professores que ainda acreditam”, falou Caroline.

A presidente do Conselho dos Técnicos em Radiologia da 11ª Região (SC), Vanderléia da Silva Souza, ex-aluna do curso do IFSC, também celebrou a formação oferecida pelo Câmpus Florianópolis. “É preciso investir em formação de qualidade para atuar nas diferentes áreas da Radiologia. A área da imagem é muito ampla e precisamos de profissionais capacitados. Hoje, em contato com as instituições, vemos que há muita demanda para estes profissionais”.

Após a cerimônia inicial, foi formada uma mesa-redonda com a participação de três professores que estavam na comissão de criação do curso: Waléria Külkamp Haeming, Dorival Menegaz Nandi e Flávio Augusto Pena Soares. De forma descontraída, lembrando histórias de ‘bastidores’, alunos e aulas pelo Estado, os três garantiram uma boa dose de humor nostalgia a todos os presentes – principalmente ex-alunos e ex-professores. “Estou muito orgulhosa, mesmo me sentindo uma dinoussaura”, brincou a professora Waléria. “Porque 10 anos parecem que foram ontem e olhando a Juliana (atual professora), consigo lembrar de cenas desse começo”.

Waléria ressaltou também as duas avaliações com nota máxima que o curso já recebeu do MEC. “Tenho certeza de que essa nota vai se repetir esse ano. E isso não depende só de professores, mas de um conjunto de fatores e dos alunos, que foram muito engajados, tanto é que alguns estão aqui como professores hoje, são alunos que compraram a ideia”, afirmou.

O professor Nandi relembrou os tempos em que os alunos da área da saúde eram vistos com desconfiança, tanto pelo meio acadêmico – afinal, como uma escola técnica oferecia cursos em saúde? – como pelos profissionais das instituições na época de estágio, pois achavam que os estagiários do IFSC iriam roubar o emprego deles, segundo o professor. “Hoje temos ex-alunos que recém terminaram o mestrado na USP, outros encaminhando o doutorado. Somos (os professores da mesa) avaliadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e percebemos que o curso do IFSC é conhecido e reconhecido em todo o país”, garantiu Nandi.

Segundo o professor Flávio Soares, esse amadurecimento às vezes passa despercebido por aqueles que estão no curso agora. “Hoje, por mais que se ache que falta a especialização, falta mais espaço, faltam mais laboratórios, o evento de hoje serve para lembrar que há o que melhorar, mas já amadurecemos muito. Antes, faltavam computadores, faltavam professores. Às vezes parece natural esse reconhecimento, mas não é algo que aconteceu naturalmente, tem algo por trás, tem uma história”, lembrou Soares.

A professora Thirza Pires, que lecionou nas primeiras turmas do curso e já está aposentada, disse que tinha apenas uma ressalva a fazer: que, nesses 10 anos, ainda não foi criada nenhum curso interno (disciplina ou especialização) para formar professores. Ela também ressaltou a formação humanista dada pelo curso. “Não queremos formar apertadores de botão. Primeiro, temos que ver a pessoa que está doente, sofrendo e precisa fazer um exame, depois a máquina. Queremos formar gente. E é muito realizador perceber que, além de excelentes profissionais, hoje temos excelentes professores (referindo-se aos ex-alunos que hoje lecionam no curso). Fico muito feliz de entregar aquele nosso sonho nas mãos dos nossos alunos”, afirmou Thirza, emocionada. “Lembrem-se de que ter o IFSC como nome ou prenome abre um mundo de portas para a gente”.

Fabiano Antonine, professor de Primeiros Socorros da primeira turma, também subiu ao palco e recebeu homenagem juntamente com todos os integrantes da mesa. O evento seguiu com a participação de ex-alunos (pelo menos um de cada turma), que falaram sobre como foi a inserção no mercado de trabalho após a formatura no IFSC. As comemorações continuam nesta sexta, com palestras da área de Radiologia, no Câmpus Florianópolis.