Câmpus do IFSC celebram Semana da Consciência Negra
22. novembro 2013 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Araranguá, Câmpus Canoinhas, Câmpus Florianópolis, Eventos, MatériasA Semana da Consciência Negra foi celebrada com atividades nos câmpus Araranguá, Canoinhas e Florianópolis. A Lei 12.519 de 2011 estabeleceu 20 de novembro como Dia Nacional de Zumbi da Consciência Negra e, por isso, a semana na qual esse dia está inserido é considerada a Semana da Consciência Negra.
No Câmpus Florianópolis, as atividades ocorreram entre os dias 18 e 20. Um dos destaques foi a oficina de culinária cultural com a professora Aldalice Braga. A oficina ocorreu na hora do intervalo das aulas e foi grande a fila de alunos querendo provar tapioca elaborada nos sabores coco com leite condensado e queijo.
A mandioca, que dá origem à tapioca, é nativa do continente americano e quem já manipulava este alimento eram os indígenas, que a consumiam assada e cozida. Ao chegar ao Brasil, os portugueses notaram que a mandioca fazia parte da alimentação diária dos índios, mas a confundiram com inhame. Os colonizadores acabaram levando o cultivo da mandioca para a Europa e, principalmente para a África.
“Eles trocavam a mandioca por fumo e também usavam para alimentar os escravos nos navios negreiros, pois as técnicas permitem que a farinha dure meses sem estragar. Além disso, a mandioca ficou famosa por ser um alimento que enche, que sustenta”, conta Cláudia Barreto, gastrônoma e pesquisadora na área de alimentação. “Se pararmos para pensar, a mandioca reúne as três etnias básicas da formação brasileira – os brancos, os índios e os negros, algo que começou na época do descobrimento e colonização e continua até hoje”, conta Cláudia.
“O Brasil foi um dos últimos países a libertar seus negros e ainda hoje vemos que o país não é inclusivo. E é importante também lembrarmos que teremos atividades sobre a raça indígena, que também sofre preconceitos no Brasil”, afirmou o diretor-geral do Câmpus, Maurício Gariba Júnior, na abertura do evento.
“Nossa formação trata muito da formação da cidadania dos nossos alunos. Por isso, é importante refletir sobre a nossa responsabilidade nesse processo. Parabenizo a todos os professores envolvidos, para que essa participação se dissemine para que possamos ser melhores como ser humanos, como humanidade”, afirmou a reitora do IFSC, Maria Clara Schneider.
Em Florianópolis, o tema da Semana da Consciência Negra foi “Da diáspora a novembros de inclusão”. Na programação, houve debates para provocar a reflexão sobre o racismo e as diferenças raciais presentes na educação, exibição de filmes e documentários sobre o tema, oficina gastronômica e a distribuição de caldinho de feijão.
O evento em Florianópolis foi organizado pela Comissão de Ações Afirmativas e teve como objetivo proporcionar à comunidade acadêmica uma formação básica em relação aos conteúdos voltados à história, cultura e à realidade contemporânea do multiculturalismo étnico brasileiro, especificamente das populações indígenas, africanas e afro-brasileiras.
Em Araranguá, a Semana de Consciência Negra foi de 18 a 22 (segunda a sexta) e teve debates sobre as ações afirmativas e seus desdobramentos, exibições de filmes africanos, viagem à comunidade quilombola de Praia Grande, no Sul do Estado, apresentações culturais (capoeira, hip-hop, rap e dança), além de oficinas e de uma exposição temática referente ao tráfico de escravos africanos no século XVI.
As oficinas tiveram como público-alvo estudantes de escolas da região Sul do Estado. No total, aproximadamente 700 estudantes passaram pelo câmpus durante a semana, de acordo com o coordenador de Extensão e Relações Externas, Alexandre Rocha.
Em Canoinhas, a Semana da Consciência Negra em Canoinhas teve apresentações culturais no dia 20, quarta-feira, feitas por alunos de cursos técnicos, incluindo dança, música, poesia, caricaturas, grafite e explanação sobre a cultura e realidade dos negros no Brasil. Essas atividades ocorreram durante os intervalos das aulas.