Foi com plateia lotada que a Orquestra Experimental (Oexp) do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) apresentou a segunda edição do projeto Concerto Jovens Solistas, com regência do maestro Irineu de Melo. Criada há 12 anos, a Oexp é hoje um marco importante tanto na vida cultura da instituição, quanto no cenário musical do Estado. A abertura do evento teve a participação do Coral do IFSC, que, juntamente com a orquestra, interpretou Aleluia, de Haendel.

O primeiro jovem solista da noite foi Felipe Félix. Aluno do Câmpus Florianópolis, Felipe é tubista da premiada banda sinfônica de Santo Amaro, onde também aprendeu percussão e clarinete. No IFSC, formou-se na primeira turma do curso básico de instrumentos de orquestra e integra a Oexp há três ano. Além de tuba, toca o tímpano.

“A tuba não é um instrumento normalmente usado no solo. Eu nunca tinha visto, mas participei da última edição do Festival de Música de Santa Catarina, em Jaraguá do Sul, e lá eu vi um tubista muito bom solando. Vendo ele tocar, tive a ideia de participar do Jovens Solistas”, contou Félix após a apresentação. “É uma sensação muito diferente”, disse sobre o fato de estar à frente da orquestra pela primeira vez, como solista.

Félix apresentou uma transcrição para tuba do Concerto de Aranjuez, composto pelo espanhol Joaquim Rodrigo.

Carolina Momm de Melo começou a estudar violino com seu pai, o maestro da Oexp, Irineu de Melo, ainda pequena. Ela fez a sua estreia em público na primeira apresentação da Orquestra do IFSC, em dezembro de 2001. Segundo o maestro, Carol foi a sua grande inspiração para criar a Oexp. Aluna do IFSC, também se formou no curso básico de instrumentos de orquestra. Neste ano, Carolina também participou do Festival de Música de Santa Catarina e do Festival Música na Serra, em Lages. Ela apresentou o primeiro movimento do concerto para violino e cordas em lá menor, de Johann Sebastian Bach. Um pouco nervosa no começo da apresentação, a violinista tirou de letra mesmo quando sua partitura caiu ao chão. “Eu não estava olhando, a partitura estava ali só por segurança. Fiquei um pouco tensa, mas tentei continuar. Dei o máximo de mim hoje. Fazer o solo é muito bom, foi a melhor sensação do mundo”, comemorou a estudante de apenas 16 anos, e a mais antiga integrante da Oexp.

Os violinistas Lucas Faraco Cantelli e Manoel Bittencourt fizeram uma apresentação conjunta do Concerto para dois violinos e cordas em lá menor, de Antônio Vivaldi. “Eu estava concentrado, mas não o suficiente. Teve um ou dois ‘arranhadinhos’ causados por um pouco de nervosismo na hora”, falou Cantelli sobre seu primeiro solo. Apesar disso, ele disse ter consciência de que qualquer músico sempre vai achar que podia ter feito melhor. “Acho que até o Itzhak Perlman (considerado o maior violinista da atualidade) sai do palco achando que podia ter colocado um vibrato a mais naquela nota”, considerou.

Cantelli é ex-aluno do IFSC e estuda violino desde os oito anos. Atualmente, faz graduação em música e integra a orquestra de cordas da Udesc, além de participar da Oexp há três anos. Bittencourt começou a estudar violino aos 13 anos em um projeto escolar e está na Orquestra do IFSC há um ano, além de integrar a Sinfônica Municipal de Florianópolis.

Já Matheus Lima apresentou o primeiro movimento do Concerto para Flauta e Orquestra em sol maior, Opus 3, do compositor alemão Johann Anton André. Um pouco mais experiente que os colegas da noite – ele integra a Oexp desde 2010, quando fez o curso básico de instrumentos e, nesses três anos, já atuou como solista em pelo menos três oportunidades, incluindo a primeira edição dos Jovens Solistas – Lima contou que o frio na barriga faz parte. “Ser músico é uma arte performática, e estar aqui é a razão de a gente ser. A gente se consagra quando compartilha”, disse o flautista.

A segunda parte do concerto trouxe o pianista Eduardo Beck. Ex-aluno do IFSC, Beck começou o estudo do piano ainda criança. Participou da Oexp como violinista, por um curto período de tempo. Em 2008, entrou no curso de bacharelado em piano na Udesc.

Este ano, ele recebeu uma bolsa para estudar na Marshall University, nos Estados Unidos, onde teve aulas com o professor alemão Henning Vauth, e onde participou de recitais e masterclasses com pianistas de diferentes partes do mundo. Beck apresentou o Concerto nº 20 de Wolfgang Amadeus Mozart, composto em 1785. Este concerto é um favorito do Século XIX. Consta que Beethoven o teria tocado em diversas ocasiões em uma demonstração de sua admiração pela obra de Mozart.

Confira mais imagens do concerto na página do IFSC no Facebook.

Fotos: Eduardo de Souza Beltrame