Um grupo de estudantes do curso técnico em Eletrônica do IFSC Câmpus Florianópolis está desenvolvendo um dispositivo que, se incorporado à fabricação de eletrônicos, poderá reduzir em até 34% o consumo de energia elétrica no uso residencial de equipamentos, como televisão, secador de cabelo, computador, monitores e ar-condicionado, conforme resultados prévios obtidos pela equipe.

A ideia do dispositivo surgiu com a pesquisa “Estudo do impacto da variação da tensão de alimentação no consumo de equipamentos eletrônicos”, coordenada pelo professor Clóvis Petry, do Departamento de Eletrônica. “O objetivo é encontrar o ponto ótimo de operação do equipamentos para redução de seu consumo, por meio da variação na sua tensão de alimentação. Com o estudo, pudemos observar que, com determinado valor de tensão, a média de redução de energia em diversos equipamentos, em uma residência, poderia chegar a 17,4%” (ver tabela abaixo).

“Agora a ideia é criar um protótipo para medir a tensão que garantirá o melhor desempenho e, assim, poder criar um equipamento que possa ser incorporado na manufatura, ou seja, na fabricação do produto eletrônico”, explica Daniel Nunes, de 18 anos, um dos bolsistas envolvidos no projeto. Ele alerta, no entanto, que para alguns equipamentos, a tensão para a qual o equipamento consome menos energia pode não ser a ideal para o funcionamento. “Os de natureza resistiva ou indutiva (máquina de lavar, secador de cabelo, furadeira) perdem potência e qualidade do serviço com a redução da tensão. Para eles, só valeria instalar o dispositivo na parte digital, como os visores das máquinas de lavar e secar”, completa Nunes.

Apesar de, em números absolutos, a redução em alguns casos não ser tão significativa, a economia pode ser grande no caso de empresas e escolas, que possuem salas e laboratórios com dezenas de computadores. “Como na nossa rede elétrica a tensão varia em cerca de 10%, para mais ou para menos, o circuito que a gente está projetando prevê que se refaça automaticamente o cálculo do melhor ponto de tensão caso haja alguma mudança”, diz Nunes. Segundo ele, a implantação do dispositivo em equipamentos eletrônicos não traria um grande impacto no custo de produção, pois os circuitos pesquisados não são complexos e o valor acabaria diluído no caso de indústrias de produção em massa.

Além de Nunes, participam da pesquisa Pedro Pivatto Cavilha, João Vítor da Cunha Nazaré Bastos e Mauro José Vieira Júnior, todos do curso técnico em Eletrônica. equipe PConfira os resultados prévios do estudo (porcentagem de redução no consumo de energia elétrica na relação entre o ponto de consumo máximo e o mínimo):

Ponte RLC – 20%
Televisão – 5,2%
Secador de cabelo – 34%
Computador – 25%
Monitor – 7,5% (com o brilho no máximo) e 13,3% (com o brilho no mínimo)
Projetor de imagens – 5%
Ar-condicionado – 25%