Jovens que cumprem medida socioeducativa realizam curso de qualificação
18. fevereiro 2014 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Araranguá, MatériasNa última semana, seis jovens em cumprimento de medida socioeducativa se formaram no curso de qualificação em Serígrafo oferecido pelo Câmpus Araranguá por meio do Pronatec Bolsa-Formação, em parceria com a Casa de Semiliberdade Arte e Vida e a Vara da Infância e Juventude de Araranguá.
Os jovens receberam seus certificados em cerimônia realizada no próprio Fórum, onde eles também expuseram os trabalhos realizados ao longo do curso, que teve 160 horas distribuídas entre os meses de outubro e novembro do ano passado. A exposição, intitulada “Dignidade”, resgatou este valor entre os garotos e representou ainda uma forma alternativa de expressão.
O professor Assis Francisco de Castilhos, que ministrou as aulas, acredita no sucesso da empreitada, misto de educação e ação social. “Para os jovens foi uma oportunidade não só de desenvolvimento profissional compatível com o setor produtivo têxtil no qual estão inseridos, mas também de ressocialização no espaço da educação e no espaço do sistema judiciário. É interessante perceber que sempre que eles entravam no Fórum, era de uma forma passiva como, por exemplo, para uma audiência. Com essa exposição, eles criam uma nova relação com os atores jurídicos”, comenta.
A juíza Caroline Bündchen Felisbino Teixeira, mentora e entusiasta do projeto, concorda com o professor. Ela também promoveu uma inversão de procedimento ao, em determinado dia, sentar-se ao lado dos jovens para acompanhar as aulas e por eles ser orientada nos segredos da estamparia. “Foi muito interessante me colocar no papel de aluna e deixar que eles me ensinassem uma técnica nova. No único contato que tivemos, eu sempre estava no comando da situação. Ali eles assumiram o controle e foi uma importante quebra de paradigmas”, relembra a magistrada. Sua atuação foi destacada pelo professor Castilho. “Ela chegou como juíza e ser humano. Esse olhar foi fundamental e contribuiu, decididamente, para a mudança de visão deles”, destacou.
Com informações da Associação dos Magistrados Catarinenses