Alunas do programa Mulheres Mil produzem “Mapa da Vida”
21. fevereiro 2014 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Tubarão, Governo Federal, MatériasAs turmas do curso de Zeladoria ofertado pelo Câmpus Tubarão por meio do Mulheres Mil, produziram um livro intitulado “O Mapa da Vida”. As alunas, moradoras dos bairros Morrotes e Passagem, tiveram as aulas de formação básica ministrada por professores da Secretaria de Educação de Tubarão.
Jane Nowasco da Silva, professora de português no curso, conta que a ideia surgiu a partir das atividades desenvolvidas nas aulas. “Embora tenha trabalhado níveis de linguagem e outros conteúdos da disciplina de português, esse projeto surgiu da necessidade de trabalhar Língua Portuguesa sem parecer aula de Língua Portuguesa. Portanto, em cada atividade que fizeram utilizando a linguagem verbal e não verbal foram relatadas coisas íntimas, elas relembraram momentos e pessoas que marcaram suas vidas.”
Por que Mapa da Vida?
Segundo Jane, o título Mapa da Vida “é uma metáfora com relação ao mapa geográfico, porque ele mostra caminhos, lugares, através de linhas, desenhos, cores e também palavras. Ele orienta como chegar a algum lugar. E o Mapa da Vida também mostra lugares que as alunas seguiram através de uma viagem a íntimos remotos, que orientadas por textos literários, fizeram uma travessia e acharam caminhos para falarem de suas vidas, de coisas vividas, esquecidas e relembradas através de palavras, cores, desenhos”.
Além disso, cada parte do livro originou-se de uma atividade diferente produzida em aula. A parte intitulada “Autorretrato”, por exemplo, surgiu da necessidade da professora de conhecer cada mulher, já que eram 70 alunas somando as duas turmas. Para isso, elas preencheram seus dados em um roteiro e foram fotografadas. Já “Eu tenho uma história para contar…” veio da paixão da professora pela literatura. Ela fez uma breve explanação dos elementos da narrativa relacionando com as novelas que as alunas assistiam e, posteriormente, elas produziram um texto contando um acontecimento que marcou suas vidas.
O fato de algumas alunas não saberem ler ou escrever, por exemplo, não dificultou a participação delas na confecção dos trabalhos. “Elas relatavam oralmente e as colegas escreviam para me entregar. Percebi essa manifestação de solidariedade por parte delas e achei relevante trabalhar o poema Tecendo a Manhã que se encaixou muito bem nessa oficina que formamos a teia”, ressalta a professora.
Com o desenvolvimento das atividades, a professora percebeu a riqueza do material produzido, que tinha muito significado e uma importância grande para as alunas. Assim surgiu a ideia de criar um livro para que aquilo não se perdesse como apenas uma atividade de aula. Com o apoio do câmpus, o livro, que já havia sido produzido na versão digital, se transformou também em uma publicação impressa, que será lançada em breve pelas alunas. Enquanto isso, você pode conhecê-lo clicando aqui.