Projeto integrador promove mesa-redonda sobre Plano Diretor de Florianópolis
14. março 2014 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Florianópolis, Eventos, MatériasEm uma iniciativa inédita dos professores do Projeto Integrador 1, o Câmpus Florianópolis recebeu na manhã desta quinta (13), o secretário de Planejamento de Florianópolis, Dalmo Vieira Filho e o professor de Geografia da UFSC e ex-candidato a prefeito da Capital Elson Pereira, para falar sobre o Plano Diretor de Florianópolis e os desafios do crescimento urbano sustentável.
O Projeto Integrador 1 é uma unidade curricular da primeira fase dos cursos técnicos integrados – que equivale ao primeiro ano do Ensino Médio. “Esta unidade curricular é, em termos gerais, uma iniciação à metodologia científica. Este semestre o tema é Plano Diretor, e com isso também pretendemos trabalhar a cidadania, pois a maioria dos alunos tem entre 14 e 17 anos. Como alguns já podem, ou em breve poderão votar, com a chance de fazer o título eleitoral a partir dos 16, achamos que eles precisam conhecer as ‘regras’ do jogo antes de decidir ou não exercer esse tipo de cidadania”, explicou a professora Gizely Cesconetto, uma das responsáveis pelo evento e mediadora da mesa-redonda.
O professor José Antônio Boursheid, membro da comissão do Plano Diretor Participativo do câmpus, também participou da mesa. “Nós somos como um bairro dentro do bairro. Temos problemas de trânsito, de circulação, de ocupação dos espaços. E para poder desenvolver o câmpus de forma competente e sustentável, precisamos entender e participar do Plano Diretor da cidade”, disse Boursheid. Para o secretário, por sua função social, o IFSC pode ter um tratamento diferenciado. “Nós previmos no atual plano que instituições e organizações de valor social, que têm usos estratégicos para o município, tenham um tratamento diferencial. É diferente um galpão de ginásio escolar e um galpão industrial, e temos que usar o bom senso”, explicou Dalmo.
O secretário de Planejamento deu uma breve explicação sobre como surgiram os princípios de organização das cidades e de urbanismo. “O plano diretor é com um pacto, que precisa ser muito cuidado porque ele compromete as gerações futuras e muitas das decisões tomadas são irreversíveis”, explicou. Segundo ele, a base filosófica do Plano Diretor de Florianópolis é que a cidade é para ser vivida. “É um local de vivência, não só um lugar para ser percorrido”, complementou Dalmo. “A palavra-chave do plano atual é equilíbrio”.
O professor Elson Pereira parabenizou os professores pela iniciativa e afirmou que ser um desafio falar sobre um tema complexo para um público tão jovem, mas, ao mesmo tempo, disse ser um desafio extremamente necessário e possível. Ele também falou um pouco sobre o começo do urbanismo, lembrando que o que poderia ser chamado de Plano Diretor surgiu no século 19, na cidade alemã de Frankfurt. “Eles perceberam que poderiam organizar a cidade como uma empresa organiza uma fábrica. O problema é que, ao contrário da fábrica, o administrador não é dono dos espaços e não pode fazer o que quiser, ainda que sejam coisas boas. E as pessoas donas dos espaços nem sempre têm os mesmos objetivos”, afirmou Elson.
Por isso mesmo, ele defendeu a participação da população nessas tomadas de decisões. Ele também defendeu a ampliação dos lugares públicos. “Quanto mais as pessoas se isolam em condomínios fechados, em áreas de habitação específicas, mais medo elas têm do outro. Só na convivência que surge a integração e aí se pode construir uma sociedade melhor”, defendeu o professor.
Após as apresentações da mesa, o público pôde fazer perguntas. Ficou evidenciada a preocupação geral referente à mobilidade, principalmente em relação à qualidade e eficiência do transporte público. “Acho que vocês estão certíssimos em ter essa preocupação, são perguntas inteligentes, já que a mobilidade é uma das questões mais cruciais na nossa cidade. Além da questão do transporte em si, trabalhamos nesse Plano Diretor para que as pessoas tenham que se deslocar menos ao centro, e assim reduzir o fluxo nessa direção”, explicou Dalmo Vieira Filho. Já Elson mostrou-se solidário aos alunos que fizeram declarações mais indignadas sobre a infraestrutura da cidade. “´Há coisas que a população olha acontecerem (como a ocupação de áreas de preservação por shoppings) e acha absurdo. E são absurdas, e só posso compartilhar a minha indignação como cidadão”.
Na parte da tarde, foi realizada uma nova apresentação, mas sem a participação do secretário Dalmo, que tinha compromissos oficiais e não pôde estar presente.
Olá, Baltazar!
Nossa intenção foi explicar que é uma iniciativa inédita no sentido de contar com a participação de uma autoridade externa, o secretário de Planejamento de Florianópolis, no caso.
Obrigada pela observação.
Olá
A matéria está muito boa.
A observação que quero fazer é somente sobre a ” iniciativa inédita”. Na verdade já fizemos várias mesas redondas no PI 1.
Obrigado.