Organização do Didascálico promete inovações para edição de 2014
28. abril 2014 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Florianópolis, Eventos, MatériasA comissão de organização do 13º Didascálico – Mostra de Arte e Cultura do IFSC – já está a mil planejando o evento deste ano, que será realizado entre 22 e 26 de setembro. O projeto para 2014 é diferenciado. “Temos que desenvolver a percepção que o Didascálico não é um evento da Coordenadoria de Atividades Artísticas, é um evento da instituição, nosso, meu e seu”, defende a professora Gizely Cesconetto, que coordena a comissão.
Por isso, a proposta prevê a participação de todos os departamentos acadêmicos do Câmpus Florianópolis. “Estamos fazendo reuniões e apresentando a temática deste ano – Espaço e Tempo – e pedindo aos professores que incluam essa temática em seus projetos curriculares de ensino, pesquisa e extensão”, explica Gizely. “Quando se fala em espaço, pode-se falar de várias formas de se pensar o espaço. Há o espaço sideral, o espaço público, o espaço privado. Queremos trabalhar o espaço em todas as dimensões que ele possa ter, e isso permite que visões de várias áreas sejam apresentadas”.
A escolha do tema, segundo a professora, veio após uma sugestão do professor de Física Marcos Neves, coordenador do Núcleo de Estudo e Observação Astronômica José Brazilício de Souza. “Somos uma sociedade que não olha mais para o céu. Mesmo quem quer não pode, por causa da poluição luminosa nas cidades. E a relação com o céu e com a natureza tem importância na nossa construção como indivíduo, como cidadão. Essa ligação com as coisas naturais está se perdendo”, conta Gizely.
A questão do espaço – tempo também tem uma ligação muito forte com a memória e, já que o Didas (como a mostra é carinhosamente chamada) deste ano casa com os 105 anos do IFSC e do Câmpus Florianópolis, a questão histórica também será destaque na programação. “É a memória que nos dá a sensação e a relação do espaço-tempo. E a memória não é algo fechado, a gente não lembra exatamente dos fatos, mas sim do que a gente sentiu, o que nos emocionou de alguma forma, para o bem ou para o mal. No entanto, às vezes um objeto ou um lugar pode nos fazer lembrar de algo que estava aparentemente esquecido e, por isso, queremos trazer projetos e obras que trabalhem esse tipo de acesso à memória”, explica a professora Gizely. “Queremos que o evento seja de vivências e experiências”, completa.
Em termos de Brasil, a referência de convívio e respeito à natureza são os índios, e por isso um dos convidados a palestrar é o índio Thini-á, da tribo Fulni-ô. Quando adolescente ele viu seu pai ser morto em conflito de terras em Pernambuco. Foi então que decidiu sair da sua tribo para estudar, entender o mundo dos brancos e poder usar sua voz para divulgar e defender a cultura indígena. Hoje, pós-doutor, ele dá palestras em escolas e instituições por todo o país. Para ele, o tempo do homem branco é prejudicial. “Depender do relógio é uma escravidão”, declarou em uma de suas entrevistas.
A vinda de palestrantes e artistas convidados é outra das novidades da 13ª edição do evento. A ideia é convidar também bandas profissionais, para que haja o diálogo com as bandas amadoras e, assim, todos possam aprender um pouco mais sobre a produção musical, por exemplo. Sobre as atrações musicais, outra mudança é que as apresentações de bandas serão apenas na terça, quarta e quinta, dando mais espaço também para as outras formas de expressão.