“Aprendi mais em um ano de intercâmbio do que em um ano de escola”, diz intercambista do Câmpus Florianópolis
2. julho 2014 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Florianópolis, MatériasFranzisca Gaertner, de 17 anos, vai ‘rodar’ um ano na escola onde estudava, em Verden, na Alemanha. Em 2013, ela veio fazer intercâmbio no Câmpus Florianópolis e foi informada de que, como faria um curso técnico, não teria como aproveitar as disciplinas na sua instituição de origem. Mas não há arrependimento. “Aprendi mais nesse ano do que num ano de escola normal”, conta a adolescente.
A escolha pelo Brasil veio pela combinação de cultura mais atraente e custos. “Eu queria antes ir para a Inglaterra, mas era muito caro, então decidi optar por algo especial. Além disso, sempre achei o português um idioma muito lindo e queria aprender”, lembra a estudante. Ela retornou à cidade natal na metade de junho. Confira abaixo a entrevista:
Como surgiu a ideia de vir para o IFSC?
Depois de descartar a Inglaterra, eu queria algo especial. Uma amiga brasileira falou bem do Brasil, e eu sempre achei o português muito lindo e queria aprender. O IFSC eu não conhecia, foi indicação da organização de intercâmbio que me orientou no processo. Fiquei em dúvida entre Edificações e Química e acabei escolhendo Química por causa do turno, pela manhã.
E você acha que vai conseguir usar os conhecimentos de Química no futuro?
Na escola não vou aproveitar, porque é muito técnico. Vou perder o ano, porque não posso aproveitar as disciplinas. Mas não vejo problema, pois aprendi mais nesse ano do que num ano de escola normal. E como pretendo fazer faculdade de Medicina, acredito que no futuro eu consiga aproveitar algo do que aprendi aqui.
Que aprendizados foram esses?
Sou tímida, mas era ainda mais. Hoje não tenho mais problemas em conversar com estranhos ou pedir ajuda. Confio mais em mim, sei que não sou perfeita, mas consigo aceitar isso. Quando errar em algo, agora sei como consertar e não esconder o erro.
O que lhe surpreendeu em Florianópolis/Brasil?
Sou vegetariana e achei que nunca ia achar uma família vegetariana para me acolher, e encontrei. E conheci bastante vegetarianos aqui e isso foi uma surpresa. As pessoas também falavam muito sobre segurança, e não achei tão perigoso. Diziam que não se podia levar computador para a aula porque iam me roubar, mas não vi nada disso.
Qual foi a parte mais difícil?
Primeiro, foi o idioma. Eu falava com a minha mãe brasileira pelo Google Tradutor, e na casa só meu ‘pai’ falava inglês. Com os colegas de sala eu tentava me comunicar um pouco em inglês, e usei muita mímica também. A parte legal é que todo mundo que eu conhecia se esforçava para me ajudar. Como eu fiquei com a família numa casa em São José, acostumar com o transporte também foi complicado. Mas também senti muita saudade de casa, da família.
Pretende voltar ao Brasil?
Sim! Fiquei bastante afeiçoada à minha família brasileira e vou tentar voltar ano que vem, de férias.
E o que você diria a quem está pensando em fazer intercâmbio?
Vale muito a pena. Mas não é bom para quem faz porque os pais querem, ou só por fazer. Tem que ter vontade de conhecer o mundo. E acho que essa é a melhor forma, porque se você só viaja, você pode conhecer os lugares, mas não conhece de fato as pessoas e a cultura.
Inscrições abertas
O Programa de Cooperação Internacional para Intercâmbio de Estudantes do IFSC (Propicie) está com inscrições abertas até o dia 7 de julho. Em sua sexta edição, o programa vai conceder cinco bolsas para estudantes de cursos técnicos, duas para estudantes de graduação e uma para alunos de pós-graduação. Para mais informações, clique aqui.