Grupo de dança da Apae tem figurino produzido no Câmpus Jaraguá do Sul
8. setembro 2014 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Jaraguá do Sul-Centro, MatériasO que a moda tem a ver com a rotina de pessoas com síndrome de Down, paralisia cerebral e outras deficiências intelectuais? Para um grupo de estudantes, ex-alunos e servidores das áreas Têxtil e de Moda do Câmpus Jaraguá do Sul, tem muito a ver. Nesta semana, eles finalizaram a criação de 23 protótipos do figurino que será utilizado na nova apresentação do grupo de dança da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Jaraguá do Sul.
Com estreia marcada para novembro – no evento “Jaraguá em Dança” –, a nova coreografia contará com figurino totalmente criado a partir das técnicas de pesquisa e modelagem ensinadas nos cursos técnicos do câmpus. Além da criação, cada um dos 23 looks também foi personalizado para cada dançarino, tanto nas medidas quanto no visual.
Segundo a coordenadora do projeto, Mara Rubia Theis, um dos principais desafios foi a adaptação do projeto às características dos alunos da Apae. “Fazem parte do grupo cadeirantes e pessoas com síndrome de Down, com aspectos físicos muito particulares. Mas foi muito gratificante perceber que as nossas técnicas de modelagem foram adequadas também para esse grupo”, afirma.
A técnica de modelagem utilizada é a chamada “modelagem cartesiana” e pode ser aplicada tanto à indústria quanto a pequenos ateliês. Desenvolvida por pesquisadores do Câmpus Jaraguá do Sul, a técnica parte da análise do corpo humano e transforma medidas tridimensionais em diagramas de duas dimensões.
Atendendo aos dançarinos da Apae, a técnica proporcionou a elaboração de um figurino confortável e adequado aos movimentos da dança. Além das medidas adequadas, tecidos com elastano também foram escolhidos para dar conforto aos dançarinos.
Para a coordenadora pedagógica da Apae, Claudia Robertha Arrazão, a parceria com o IFSC tem sido uma experiência positiva para a instituição e para os jovens atendidos pela Apae. “Nada na vida a gente faz sozinha. Esse projeto tem mostrado a importância da cooperação e todos os envolvidos estão aproveitando muito”, diz.
A confecção dos protótipos e dos quatro primeiros figurinos – dois para bailarinos cadeirantes e dois para bailarinos andantes – foi viabilizada com recursos do edital Aproex 02/2014, no qual o projeto foi contemplado. Já os demais looks serão produzidos por meio de parcerias com empresas da região e com o grupo de mulheres Mãos que Ajudam.
Origem do projeto
A ideia de criar looks para o grupo de dança da Apae de Jaraguá do Sul surgiu da designer Ana Vieira, que há quatro anos trabalha como voluntária na instituição. Ana foi orientada pela professora Mara durante seu trabalho de conclusão de curso e, ao saber da necessidade de criação dos figurinos, convidou a ex-orientadora para participar do projeto.
Benefícios da dança para os alunos da Apae
Segundo a coordenadora pedagógica da instituição, a participação no grupo de dança da Apae tem proporcionado ganhos significativos na autoestima dos dançarinos. “Além da autoestima, a relação com a música também é positiva, sem contar os ganhos de mobilidade principalmente daqueles que utilizam cadeiras de roda. Mas o mais importante é que, quando o espetáculo começa, mostramos ao público que a dança é uma arte para todos”, destaca Claudia.
Além da dança, a Apae também oferece atividades ligadas ao esporte e ao canto. Cerca de 300 pessoas frequentam a instituição diariamente em Jaraguá do Sul.