O Seminário de Práticas Pedagógicas reuniu, em Araranguá, 200 professores da rede municipal de ensino, acadêmicos e pesquisadores para discutir os desafios da educação contemporânea. O evento, realizado no dia 7, foi organizado pelo Câmpus Araranguá e pelo Centro de Referência em EaD do IFSC. “Nós temos no câmpus um curso de licenciatura e consideramos importante debater a prática pedagógica não só com os nossos alunos, mas com toda a comunidade. Em conversa com a Secretaria de Educação de Araranguá nós escolhemos alguns temas para serem debatidos como o uso de novas tecnologias em sala de aula”, explica Idézio Machado de Oliveira, coordenador de extensão do Câmpus Araranguá.

A conferência de abertura foi com a professora da UFRGS Maria Luisa Xavier que falou sobre os desafios da escola contemporânea. Segundo a pesquisadora, a escola precisa se adequar ao momento histórico em que se vive. “A escola precisa trabalhar não só com conteúdos, mas com a formação ética e cidadã dos alunos. Nós temos que inquietá-los e mostrar que o mundo pode ser mudado, transformado e reinventado. É preciso promover experiências que promovam vivências significativas”, afirma a professora.

O uso das novas tecnologias na Educação Básica também foi tema de debate. A professora da Udesc Martha Kaschny Borges falou sobre a inserção dessas novas ferramentas em sala de aula. “Os alunos de hoje aprendem de uma forma diferente. Estamos diante de um aluno multitarefas que faz tudo ao mesmo tempo. O foco de atenção dele é partilhado entre essas diversas atividades e o professor precisa entender esse processo. No caso das novas tecnologias, não basta apenas estimular com que os alunos as utilizem, é preciso a mediação do professor para orientar o trabalho. A maior parte dos professores já sabem utilizar essas tecnologias, mas ainda têm dificuldades em pensar no uso delas de forma pedagógica”.

A maior parte dos inscritos eram professores da rede municipal de ensino de Araranguá. Terezinha da Rosa, diretora pedagógica da Secretaria de Educação da Prefeitura de Araranguá, conta que uma dos maiores desafios dos professores hoje em dia está em utilizar as novas tecnologias em sala de aula. “Cursos de capacitação e seminários sempre foram muito importantes, mas com as constantes transformações promovidas pelas novas tecnologias eles se tornaram ainda mais fundamentais para que os professores aprendam a utilizá-las”.

O Centro de Educação Infantil Madre Regina, levou 11 professoras para participar do seminário, entre elas Náubia Fonseca. “É muito importante quando a gente sai de sala de aula para refletir sobre o nosso trabalho. O que eu vejo hoje como um dos grandes desafios das escolas é trabalhar a relação entre pais e professores. No nosso caso, há crianças que passam o dia inteiro no colégio e quando precisamos conversar com os pais, muitos deles não têm tempo ou dizem que a função de educar é apenas da escola”.

O professor do colégio Aplicação da UFRGS Rafael Arenhaldt também falou da sua experiência enquanto professor pesquisador para os participantes do Seminário. “Eu entendo que para ser professor de fato é preciso, além de dar aulas, dedicar-se também a pesquisa. Isso faz parte da função docente. Para ensinar, ele precisa aprender a ser aluno e saber das necessidades dele”.

A proposta da organização é em 2015 realizar um evento ainda maior e que envolva os três câmpus do IFSC da região Sul.” O Seminário de Práticas Pedagógicas foi o primeiro evento de formação continuada de professores que nós organizamos no Câmpus Araranguá e esperamos realizar mais em 2015. Nosso objetivo é promover reflexões e debates sobre educação e o cotidiano escolar”, explica Lívia de Mello Reis, supervisora escolar do Câmpus Araranguá.

Além do Seminário de Práticas Pedagógicas, o Centro de Referência em Educação e em EaD do IFSC está organizando um seminário no Câmpus Itajaí que irá discutir a mídia na educação. O evento será realizado no mês de novembro. “É uma das missões do IFSC trabalhar para a formação e capacitação de professores da rede pública de ensino. O governo federal custeia esses cursos e uma das contrapartidas das prefeituras é liberar os professores para que eles façam a capacitação”, explica Divina Zacchi Pereira, coordenadora do Programa de Formação Continuada de Professores das Redes Públicas de Ensino de Santa Catarina.