“A Beata Maria do Egito” promove discussão da literatura brasileira no Câmpus Joinville

13. novembro 2014 | Escrito por | Categoria: Câmpus Joinville, Matérias

teatro beata maria do egito 07-11-2014 17Por onde passava, a beata Maria do Egito arrebanhava admiradores e, no Câmpus de Joinville do IFSC, não foi diferente na noite de sexta-feira (7). A apresentação da peça baseada no texto de Rachel de Queiroz, escrito em 1958, provocou reações diferentes na plateia, que não chegou a um consenso se seria a personagem realmente santa ou apenas louca, mas fascinou igualmente os espectadores com a história inspirada na tradição das beatas de Juazeiro do Norte, Ceará, do século 19.

Adaptada e dirigida por Hélio Muniz e Roberto X. Deschamps, a peça “A Beata Maria do Egito” foi apresentada pelos grupos de teatro Navegantes da Utopia e Canto do Povo, de Joinville, que inseriram o IFSC no roteiro de apresentações na cidade.

A apresentação complementou o estudo da literatura brasileira, em especial a segunda fase do Modernismo Brasileiro e o período do Neonaturalismo Regionalista, trabalhado com os sextos módulos dos cursos Técnicos Integrados de Eletroeletrônica e de Mecânica pelo professor Samuel Kühn, que elogiou o trabalho. “O espetáculo tem um vasto caminho a ser percorrido e deve rodar o Brasil para promover a discussão da literatura brasileira”, enfatizou.

teatro beata maria do egito 07-11-2014 20Após a apresentação, os alunos puderam conversar com o elenco e trocar impressões sobre a peça. Conforme o diretor Hélio Muniz, o principal diferencial da peça é o rompimento do espaço, promovendo uma integração entre os atores e a plateia, transformando, de certa forma, os espectadores em romeiros.

O propósito funcionou com a aluna Ana Beatris Rita da Silva, do 4º módulo do curso Integrado de Eletroeletrônica. “O espetáculo é muito envolvente. Parece que a gente está no meio da peça, participando diretamente da ação”, confirmou a jovem, que já fez teatro e se sentiu ainda mais animada a voltar para os palcos.

Por falar em animação, a trama ganha ainda mais vida com a trilha sonora composta especialmente para a peça pelo diretor musical Afonso Vieira, que é psicólogo no Câmpus Geraldo Werninghaus do IFSC, em Jaraguá do Sul. “A arte leva para outros caminhos e é um complemento importante para o currículo porque ajuda a desenvolver a sensibilidade e a percepção de outros valores”, ressaltou, lembrando que a escola é uma extensão da vida e não da empresa e que, por isto, deve incentivar a humanização.

SINOPSE

teatro beata maria do egito 07-11-2014 33Na trama, que se passa em 1914, a beata Maria do Egito recruta populares para se juntarem à rebelião que Padre Cícero lidera em Juazeiro contra o governo de Franco Rabelo. Seu caráter revolucionário incomoda as autoridades políticas e isso faz com que o latifundiário coronel Chico Lopes, chefe político de uma pequena cidade por onde ela passa, obrigue o tenente João, autoridade policial, a prendê-la, o que traz uma grande tensão ao enredo, causada pela iminência de um ataque dos romeiros que querem libertar a Beata.

A situação se agrava ainda mais quando o tenente João se sente atraído pela moça, que o povo acredita piamente ser uma Santa. História e ideologias, fé e poder, fanatismo religioso e paixão estarão em conflito neste drama que destaca a força indiscutível das personagens femininas nas obras de Rachel de Queiroz.

FICHA TÉCNICA

Direção e adaptação: Hélio Muniz e Norberto X. Deschamps
Elenco: Sara do Nascimento, Marco A. Tebaldi Filho, Marlon Zé e Norberto X. Deschamps
Cenografia e figurino: Marlon Zé
Pesquisa e Direção Musical: Afonso Vieira e Sílvia Vieira
Coro dos Romeiros: Afonso Vieira, Sílvia Vieira, Hélio Muniz, Marlon Zé e Andreia Russi
Projeto contemplado pelo SIMDEC/2012. Lei Municipal do Mecenato
Patrocínio: SIMDEC/Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura, Fundação Cultural de Joinville e Prefeitura de Joinville
Realização: Grupo de Teatro Navegantes da Utopia e Canto do Povo
Apoio: Espaço Cultural Casa Iririú

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