Mesa Redonda e agradecimentos no encerramento da Semana do Empreendedorismo

13. novembro 2014 | Escrito por | Categoria: Câmpus Caçador, Câmpus Florianópolis-Continente, Câmpus Lages, Eventos, Matérias

encerramento_cacadorEncerrando a primeira Semana do Empreendedorismo do Câmpus Caçador, o evento trouxe a Mesa redonda – Conhecimento como Propulsor do Desenvolvimento Regional. Participaram da atividade os professores (todos doutores) Alexandre Assis Tomporoski (UNC/Canoinhas), Carlos Eduardo Carvalho (UNC/Canoinhas), Onofre Berton (Epagri/Caçador) Paulo Roberto Wollinger (Diretor de Desenvolvimento do Ensino do IFSC), Sandro Luiz Bazzanela (UNC/Canoinhas). A moderação da mesa ficou a cargo de João Artur de Souza (EGC/UFSC/Florianópolis). Cada participante teve 10 minutos para passar ao público a sua visão sobre o tema.

Paulo Roberto Wollinger (Diretor de Desenvolvimento do Ensino do IFSC)

O professor começou sua fala com uma provocação: “Conhecimento é aquilo que está dentro de nós ou que temos a condição de colocar dentro de nós?” Para ele, o conhecimento surge de conhecimentos anteriores. Sobre o desenvolvimento, Wollinger o definiu como a capacidade que cada um tem de se colocar dignamente como indivíduo na sociedade, sob diversos aspectos como lazer, alimentação, moradia e outros.

Em seguida, o professor destacou a criação dos Institutos Federais como grande propulsor de conhecimento nas regiões onde se instalou. “Os IFs foram criados com esta visão, de promover o desenvolvimento em diversas áreas, sempre preocupado com o a cidade onde está inserido. A educação é um dos grandes motores para esse desenvolvimento”, finaliza.

Onofre Berton (Epagri/Caçador)

Como engenheiro agrônomo, Onofre trouxa a discussão para o um contexto mais histórico ligado à agricultura e, com isso, fazendo a conexão entre a atividade e o desenvolvimento. Lembrou o modo equivocado de como o governo estimulava a agricultura no passado e defendeu a atividade de modo sustentável como propulsor para o desenvolvimento regional. “Desenvolvimento sustentável é o que satisfaz suas necessidades sem diminuir as perspectivas das gerações futuras”, disse.

Passou pelas novas tecnologias no campo e no resultado que podem obter pelo bom uso dessa inovação e dos perigos causados pelo uso de maneira irresponsável. O professor também apresentou dados agrícolas da região de Caçador, como principais culturas de plantas e sementes, e produção animal.

Sandro Luiz Bazzanela (UNC/Canoinhas)

O professor abordou um viés filosófico para o tema proposto, principalmente baseado na relação entre conhecimento e entendimento. Estabeleceu bases conceituais para a discussão e destacou que é necessário saber onde quer chegar para entender o processo e o caminho até conseguir o objetivo. “É preciso saber perguntar. Sem uma boa pergunta, não vamos a lugar algum”.

Para Sandro, conhecimento exige certo grau de descontentamento com as explicações dadas. Conhecimento requer tempo, paciência, método, dedicação e empenho individual e coletivo. Desta forma destacou a posição de destaque das instituições de ensino na busca pelo conhecimento.

Alexandre Assis Tomporoski (UNC/Canoinhas)

Alexandre possui graduação, mestrado e doutorado em história. Com isso, aspectos históricos ligados ao desenvolvimento da educação, com isso o conhecimento, foram os tópicos de sua fala. Ressaltou que as dificuldades da educação no Brasil tem repercussão de atitudes vindas do período colonial e que refletem hoje em dia. “Em países que foram colonizados pela Espanha, foram construídas mais de 30 universidades. Três apenas no México. Enquanto Portugal não construiu nenhuma no Brasil”, comentou.

O professor também alertou para o desenvolvimento tomado apenas pelo lado econômico. Para ele, durante muito tempo se pensou o desenvolvimento como crescimento com objetivo de lucrar mais, gerar mais empregos e assim por diante. “Essa perspectiva já foi alterada. Não adianta aumentar a produção se não há uma justa distribuição da riqueza que é produzida no planeta. Uma forma para permitir o acesso a essa riqueza por parte de todos é a educação. E é muito bom ver o IFSC como sendo ator fundamental nesse processo”, completou.

Carlos Eduardo Carvalho (UNC/Canoinhas)

Em contraponto ao palestrante anterior, Carlos baseou sua fala no aspecto econômico do desenvolvimento. Para ele, “não vamos atingir a distribuição de renda se não produzirmos a renda”. O professor criticou a baixa produtividade do trabalhador e das empresas brasileiras, tida como a mais baixa da América Latina. Para Sandro, é fundamental que se consiga criar condições para aumentar a produtividade no país e para atingir esse objetivo é necessário investir na inovação, logo, na educação.

“É a educação, desde o berço, que vai gerar esse conhecimento necessário para a inovação. As universidades produzem muito conhecimento científico, mas que são pouco aplicados à sociedade como um todo”, explica. Carlos apontou três agentes que devem trabalhar em conjunto para atingir o aumento na inovação e, com isso, na produtividade: governo, indústria e universidade. Também fez críticas à qualidade do ensino no Brasil, onde, segundo ele, ela é universalizada, porém, é uma educação universalizadamente ruim. Ainda, criticou a chamada terceirização da educação, na qual as famílias estão se envolvendo cada vez menos com o tema e deixando-o a cargo apenas da escola.

Perguntas

Depois da explanação de cada profissional e das considerações feitas pelo mediador da atividade, Prof. Dr. João Artur de Souza (EGC/UFSC/Florianópolis), a mesa redonda recebeu perguntas da plateia, onde cada um pôde explicar com mais detalhes algo que tenha chamado atenção durante sua fala. Por mais que os profissionais sejam de áreas diferentes, a educação foi tida por todos como elemento primordial para atingir o desenvolvimento regional. “Conhecimento precisa do saber fazer. Precisa ser executado para poder gerar desenvolvimento. Senão, ele vira sabedoria, algo abstrato”, disse o professor Vollinger.

Encerramento

Ao fim da atividade, o professor Pierry Teza, coordenador, fez um balanço do evento, mostrando o resultado da Semana do Empreendedorismo em números:

– Em torno de 2000 pessoas visitaram o evento;
– 1.100 metros quadrados de estrutura física;
– 45 atividades (oficinas, palestras e outras);
– 11 estandes;
– 28 horas de atividades;
– 14 instituições de ensino visitantes;
– 6 empreendimentos de alunos e ex-alunos;
– 12 parceiros na realização do evento;
– 36 apoiadores;
– 60 inserções de mídia (impresso, rádio e internet);
– 1.340 curtidas na Fanpage da Semana no Facebook.

encerramento_cacador2O professor fez um agradecimento a todos os envolvidos na organização da Semana, em especial aos alunos do câmpus. “Este evento jamais poderia ter sido feito sem a participação de todos os servidores do Câmpus Caçador e, principalmente, de todos os alunos. Foi extremamente gratificante para nós, professores, ver como vocês se comportaram essa semana, como verdadeiros profissionais. Acreditamos que é um indicativo do resultado do nosso trabalho”, disse Pierry aos alunos, enquanto estes recebiam uma lembrança em agradecimento. A organização convidou os pais desses alunos para o encerramento, para que vissem o bom trabalho realizado pelos seus filhos e o que eles representam para a cidade.

O professor aproveitou a oportunidade para anunciar o tema da Semana do Empreendedorismo de 2015, que será “Empreendedorismo, educação e produtividade”. “É uma forma de aproximar o setor produtivo das instituições de ensino”, explicou.

“Fico emocionado com a empolgação dos servidores e alunos na realização deste evento. Foi um empenho muito grande e agora que acabou vejo que o esforço valeu a pena”, disse o diretor-geral do Câmpus Caçador, Albertinho Della Giustina, em seu discurso de encerramento. O diretor disse, também, que a edição de 2015 será realizada no mês de outubro e já deixou o convite para a comunidade caçadores para a festa de inauguração do novo prédio do câmpus em março do ano que vem. “A cidade merece”, finalizou.

Para conferir mais fotos do encerramento do evento, clique aqui.

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