Debate no Câmpus Araranguá discute motivações que levam à dependência química
14. novembro 2014 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Araranguá, MatériasA pedagoga Eliana Ribeiro, que trabalha há mais de 12 anos com dependência química, ministrou duas palestras sobre o tema para os alunos do Câmpus Araranguá, nesta quinta-feira (13). “Eu costumo dizer que nessas palestras o que eu menos falo é sobre drogas, porque isso desperta a curiosidade deles. Eu falo mais sobre outros tipos de drogas, como a droga do medo, que é muito frequente na adolescência quando o corpo está em transformação, a droga da paranoia da estética, em que eu preciso ter um determinado padrão físico para ser aceito, e a droga da competição, em que eu sempre preciso ser melhor que o outro”.
Outro tema também abordado pela palestrante foi a dependência que as pessoas têm pelo celular e pelo tablet. “Os jovens estão conectados 24 horas por dia e quando esses equipamentos deixam de funcionar eles entram em crise, isso é um problema sério. O que eu observo também é que eles se expõem demais nas redes sociais, mas isso não é algo só dos adolescentes, os adultos também tem feito isso. Eu tenho notado que quando se posta algo nas redes sociais, o que se está em busca é da aprovação do outro e quanto mais curtidas eu tiver, mais poderoso eu vou me sentir”.
Para a pedagoga, quando o jovem tem abertura para falar sobre suas angústias e sobre esses diversos tipos de dependência, menos interesse ele terá de fato pelos entorpecentes. “A droga só chama atenção de fato para aqueles que veem nela algo que possa fazer diferença na vida deles. Quem vende droga sabe disso e vai oferecer justamente para essas pessoas.O problema é que as drogas potencializam alguns transtornos de personalidade”.