O Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro em todo o país, em homenagem à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, ocorrida nesta data, em 1695. Durante toda a semana, alguns câmpus do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) realizaram atividades para lembrar a data.

No Câmpus Joinville, a data foi celebrada com uma série de atividades com o objetivo de fazer uma reflexão sobre o relevo da cultura e do povo africano e o impacto que tiveram na evolução da cultura brasileira. Sociologia, política, religião e gastronomia, entre várias outras áreas, foram profundamente influenciadas pelas culturas negra e africanas.

Conforme o IBGE, 53% da população brasileira é negra ou parda. “Trabalhamos para diminuir as diferenças entre a população brasileira, para nos sentirmos mais em casa com relação à nossa etnia”, disse o presidente da Escola de Samba Unidos do Caldeirão, Jucélio Manoel Narciza, que é pai do aluno Alisson, do 4º módulo do curso técnico integrado em Mecânica, e que ajudou na organização da programação no câmpus. Pai e filho ministraram oficinas de ritmos afros que contribuíram para a musicalidade brasileira aos alunos da manhã e da tarde.

Assista na reportagem da IFSCTV algumas atividades dos câmpus Florianópolis e São José

Já os alunos da noite tiveram a oportunidade de conhecer a bateria mirim da Unidos do Caldeirão e de tocar e dançar ao ritmo do samba-enredo da agremiação. Marileia Herberts, Sarah Caroline Cardoso e Ana Paula Nascimento Santos, do 5º módulo do curso superior de Gestão Hospitalar, ficaram empolgadas com a apresentação. “O samba contagia a todos, mesmo quem não sabe sambar”, comentou Sarah, aprovando a ideia. “É importante trazer atividades culturais como esta”, confirmaram Marileia e Ana Paula.

Políticas Públicas

A programação da Semana da Consciência Negra do Câmpus Joinville também deu espaço às discussões sobre “Consciência Negra e Política Pública”, tema da palestra da noite de quarta-feira (19) com o representante das Religiões de Matriz Africana no Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir) de Joinville, Michel Fábio de Souza. “Nossa luta é para que as pessoas se conscientizem do que são. Somos um povo miscigenado que precisa ter orgulho de ser descendente de africanos, assim como é dos outros povos”, enfatizou Michel, ciente de que o trabalho é árduo. “Deve levar uns cem anos até chegarmos a este nível de conscientização.”

Sobre as políticas públicas, o representante do Compir explicou que se tratam de ações afirmativas que visam sanar prejuízos históricos e proporcionar maior participação dos negros. Cotas raciais no ensino e no serviço público, estatuto da igualdade racial e intolerância religiosa, além do fomento direcionado para editais, programas e projetos culturais e de lazer voltados para os negros são alguns exemplos de avanços obtidos nos últimos anos.

Pesquisa e bate papo no Câmpus Palhoça Bilíngue

O Câmpus Palhoça Bilíngue procurou estimular o debate a respeito de assuntos como a discriminação racial, o preconceito e a importância dos negros na formação da nossa sociedade. Na disciplina de Português, ministrada pela professora Roberta Cantarela, os alunos do curso técnico integrado em Comunicação Visual realizaram um trabalho de pesquisa a respeito do significado desta comemoração.

Outra atividade foi um bate papo com os alunos dos cursos técnicos em Comunicação Visual e em Produção de Materiais Didáticos Bilíngue em Libras/Português, sobre a cultura negra e sua importância para a formação histórico-social brasileira. Após as reflexões a respeito do tema, foi realizada uma oficina intitulada Abayomis – bonequinhas de nós que contam a história de nós: contribuições da cultura africana, ministrada pela professora de Artes Visuais, Janaí de Abreu Pereira.

O objetivo da atividade foi conscientizar e sensibilizar os participantes em relação à diversidade cultural que temos no Brasil. “Na maioria das vezes, a mídia e as informações disponíveis, privilegiam outros grupos culturais. Esse é um dia de reflexão a respeito da contribuição da cultura negra para a nossa cultura. É fundamental que tenhamos um mundo mais justo e sem preconceito, afinal somos todos diferentes, no entanto, temos direitos iguais”, relatou a professora.

Palestra em Jaraguá do Sul

O presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Jaraguá do Sul, Luiz Fernando Olegar, ministrou uma palestra sobre igualdade racial nesta quinta-feira (20), no auditório do Câmpus Jaraguá do Sul. O evento, que ocorreu às 8h, marcou a comemoração do Dia da Consciência Negra e fez parte das atividades da Semana da Consciência Negra no município. Participaram da palestra servidores e alunos do curso técnico integrado em Química.