As primeiras turmas do Pronatec Mulheres Mil do Câmpus São José tiveram sua aula inaugural na tarde desta terça-feira, 25 de novembro. O programa visa oferecer formação para mulheres em vulnerabilidade social, e dar empoderamento a elas. As inscritas para os cursos de Recicladora e de Operadora de Computador reuniram-se no auditório do câmpus e receberam as boas vindas do coordenador geral do Pronatec do IFSC, André Dala Possa, da supervisora dos cursos, Maria Leda Costa Silveira, dos professores das disciplinas e de profissionais do Centro Regional de Assistência Social (Cras) de São José, instituição demandante de alunos.

A parceria do Cras e do IFSC foi destacada pela assistente social da prefeitura de São José, Tatiani da Silva Lino, que faz a busca ativa pelas pessoas carentes de formação profissional, inclusive por meio do Programa de Atendimento Integral da Família, que identifica as mulheres de baixa renda ou atendidas pelo Bolsa Família que podem ser atendidas pelos cursos. As profissionais vão nas casas das mulheres para sensibilizá-las quanto à oportunidade, e conforme Tatiani, há boa receptividade.

A psicóloga Samantha Otero ressaltou que além de vislumbrar uma possibilidade de obter renda após a formação, muitas mulheres abraçam a oportunidade de se ocupar e conhecer outras pessoas, já que há algumas em situação emocional frágil, e até casos de depressão. A coordenadora do Cras de São José, Veronica Barbara Bernz disse que o principal resultado almejado é dar empoderamento a essas mulheres e possibilitar a elas se reconhecerem como mulheres capazes de fazer algo também profissionalmente.

Uma das matriculadas no curso de Recicladora, Marili Cristina Cunha Rosa, 49 anos, disse que gosta de estudar e frequentou a escola até a conclusão do ensino fundamental. Além do novo curso, ela fez outros, como pintura, e se matriculou no IFSC a partir da sugestão de uma filha, que também faz curso do Pronatec. Marili contou que trabalhou como catadora de recicláveis por quatro anos e agora pretende obter renda com a transformação destes materiais.

Durante as aulas, além das disciplinas específicas de formação profissional, são debatidas questões do processo histórico da condição da mulher e de desenvolvimento sustentável, entre outros temas de reflexão. Conforme a supervisora Maria Leda, há muita expectativa quanto a esta modalidade de curso do Pronatec agora iniciada, e as aulas devem se estender durante o primeiro semestre de 2015. Para o curso de recicladora são 250 horas/aula, e o de Operadora de Computador terá 200 horas/aula.

A solenidade consistiu em um acolhimento das novas alunas para explicar o funcionamento do programa e “incluí-las no Instituto”, como disse a supervisora. As alunas recebem vale transporte e auxílio de R$ 6,00 por dia de aula frequentada.