Pronatec Mulheres Mil proporciona oportunidades para reeducandas do Presídio Regional de Joinville
28. novembro 2014 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Joinville, MatériasNem sempre a liberdade é o valor mais importante para as mulheres, mesmo para aquelas que estão privadas temporariamente dela. Família, futuro e oportunidade foram os valores mais citados durante dinâmica de apresentação na aula inaugural do curso de Artesão em Bordado à Mão, ofertado pelo Câmpus Joinville no Presídio Regional de Joinville, através de parceria com o Ministério da Justiça. Para o grupo de quinze mulheres, fazer um curso de qualificação profissional é uma oportunidade de obter renda para sustentar a família e garantir um futuro digno para si e seus filhos, quando voltarem à liberdade.
O curso tem uma carga horária de 200 horas, com práticas de trabalhos artesanais e aulas teóricas, de saúde da mulher e da família, ética e cidadania, saúde e segurança no trabalho, conhecimento histórico-cultural e linguagem, visando não só à educação profissional, mas, principalmente, à melhoria da autoestima e ao desenvolvimento integral. As aulas acontecem às terças e quintas-feiras, das 14h às 17h.
Keila Samara dos Santos, de 24 anos, estava ansiosa pelo curso. Ela trabalhava como auxiliar de produção e acredita que o curso vai ajudá-la a ter novas perspectivas de renda e de futuro, para poder cuidar do filho pequeno. “Amo bordado e pintura, principalmente ponto de cruz e trabalhos em tela. Quando estou fazendo artesanato não penso em mais nada”, conta Keila, que aprendeu a bordar com treze anos de idade.
Para a psicóloga do Presídio, Daiane Busarello, a iniciativa tem um cunho social muito grande. “Eu acredito que seja uma questão de oportunidade. Elas precisam ter algo na cartola para quando saírem não ficar paradas, mas já terem com que trabalhar e gerar renda. Assim, elas vão poder dizer: eu consegui aproveitar o tempo em benefício do meu futuro”, comenta.
O diretor-geral do Presídio, Cristiano Teixeira da Silva, conta que a maioria das reeducandas não tem estudo nem qualificação profissional. “Estamos incentivando as participantes a tirarem proveito desta oportunidade para melhorar sua condição e poderem abrir novas portas após o cumprimento das penas”, explica. Atualmente, o Presídio Regional de Joinville conta com 62 mulheres apenadas.
O curso está sendo ofertado através do Pronatec Sistema Prisional em Regime Fechado e Pronatec Mulheres Mil. Participaram da aula inaugural a gerente de Saúde, Ensino e Promoção Social da Penitenciária Industrial, Jaqueline Fachini, equipe de trabalho do Presídio Regional, a coordenadora adjunta do Pronatec no Câmpus Joinville, Luciana Maciel, a supervisora do Mulheres Mil, Suely Anderle, a orientadora do Mulheres Mil, Raquel Eugênio de Souza, e professoras do curso.