Pronatec Mulheres Mil no IFSC é destaque em nível nacional
5. dezembro 2014 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: MatériasA modalidade Mulheres Mil do Pronatec ofertado em Santa Catarina é a maior de todo o país, com 2.300 vagas disponibilizadas somente no segundo semestre de 2014. O dado foi apontado em encontro nacional que debateu o programa e surpreendeu aos participantes, já que essa oferta foi criada há três anos com a expectativa de atender principalmente mulheres em vulnerabilidade social do Nordeste do país. O Mulheres Mil oferece cursos como operadora de computador, camareira, auxiliar administrativo, recicladora, e visa dar empoderamento a estas mulheres, especialmente as atendidas por programas sociais, como o Bolsa Família. Durante as aulas, além das disciplinas específicas de formação profissional, são debatidas questões do processo histórico da condição da mulher e de desenvolvimento sustentável, entre outros temas de reflexão.
Os coordenadores do Pronatec de todos os câmpus do IFSC, que estiveram reunidos esta semana para avaliação e planejamento, comemoraram a informação, já que consideram o programa a melhor forma de democratizar o acesso à educação, essencial para o país, e por atender a população mais necessitada de assistência social, econômica e educacional. Jakson Alex Kichel, do Câmpus Avançado São Lourenço do Oeste, declarou a importância deste programa educacional como forma de “construir pontes para este público atingir seus objetivos”. Ana Lucia da Silva Lima, também de São Lourenço, completou a fala ao observar que o programa existe para “fazer a diferença através da inclusão social alimentando sonhos que podem se tornar realidade”. Outra coordenadora destacou os momentos gratificantes que o Pronatec propicia, como durante a formatura de uma turma de Operador de Resíduos Sólidos, em que a emoção tomou conta de todos quando um catador, depois de receber seu certificado, sentou no chão e caiu em choro com o primeiro canudo em mãos.
Durante o encontro, os coordenadores também verificaram indicadores e constataram que, embora haja evasão nos cursos, também há permanência de alunos, como em turmas do Câmpus São José, em que houve mais de 90% formados. Igualmente em Palhoça, conforme a coordenadora adjunta do Pronatec Patrícia Vidal, relatório demonstra que a evasão dos cursos do programa é menor que dos outros cursos do câmpus, e que esses resultados precisam ser mostrados, especialmente porque através desse programa um novo público passa a frequentar o Instituto. Além de serem gratuitos, os cursos do Pronatec fornecem assistência estudantil. O maior número de vagas ofertadas encontra-se em São Carlos, câmpus em que ainda não existe oferta de cursos regulares.
A orientadora pedagógica Simone Mara Dulz, de Lages, ressaltou a alegria dos alunos quando se formam, e que muitos voltam depois para realizar outros cursos no Instituto, o que compensa todo o trabalho realizado e mostra como se cumpre a função social da instituição. A representante do Câmpus Urupema apontou como dificuldade o baixo IDH da região e a resistência do público em se profissionalizar, tendo como alternativa estender o programa para municípios vizinhos. A ampliação da oferta para municípios próximos foi destacada pela coordenadora de São Miguel do Oeste, “possibilitando que o IFSC chegue a locais que não chegaria se não fosse pelo Pronatec.”
Entre os depoimentos dos participantes, algumas questões em relação ao Pronatec com a estrutura do IFSC também foram apontadas, com a constatação de que ainda há resistência ao programa dentro do próprio Instituto, mas em alguns casos há também muito apoio de outros setores da instituição. A necessidade de integrar o Pronatec de forma efetiva ao Instituto foi realçada inclusive pela reitora Maria Clara Kaschny Schneider, que esteve na abertura do encontro, assim como a pró-reitora Daniela Carrelas. A reitora destacou a importância de integrar o programa Pronatec ao IFSC, embora ocorram dinâmicas institucionais diferentes entre os vários tipos de cursos oferecidos pela instituição. Ressaltou que foi um ano difícil para a execução orçamentária, um problema não específico do IFSC, mas de toda estrutura pública federal.
O coordenador geral do Pronatec no IFSC, André Dala Possa, afirmou que no programa a execução financeira está em 83% e aumentará até final do ano, quando todos os pagamentos tiverem sido efetuados, enquanto a média nacional é de 40%. Ele apontou como “calcanhar de Aquiles” do programa, o pagamento da assistência estudantil (vale transporte e vale alimentação). Sobre este ponto, a coordenadora administrativa Maria Alice Sens Brezinski, ressaltou a importância de os câmpus informarem corretamente os dados dos bolsistas, mantendo atualizado o sistema de gestão do programa, pois é a partir desses dados que são encaminhados todos os pagamentos. Da mesma forma, destacou a necessidade dos câmpus obterem os dados corretos dos alunos, especialmente CPF e conta bancária, pois são imprescindíveis para o pagamento da Assistência Estudantil.
A coordenadora pedagógica Alessandra Maria de Espíndola elogiou a metodologia utilizada na modalidade Mulheres Mil, sugerindo que pode ser utilizada para outros cursos Pronatec, com a adaptação de dinâmicas, e que os coordenadores adjuntos precisam compartilhar entre si as boas experiências pedagógicas já adotadas em suas localidades. Ao final do encontro, servidores do IFSC responsáveis pelo planejamento do 3º JIFSC apresentaram os encaminhamentos relativos ao evento, que deve reunir 1.400 alunos dos 22 câmpus em junho de 2015, inclusive os dos cursos Pronatec, em primeira participação nas competições esportivas internas.