Projeto de extensão do Câmpus Florianópolis reforça amizades e melhora autoestima de mulheres do Mont Serrat

11. dezembro 2014 | Escrito por | Categoria: Câmpus Florianópolis, Matérias

extensao-fpolisUm projeto de extensão do Câmpus Florianópolis do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) ajudou a melhorar a autoestima de mulheres na terceira idade da comunidade do Mont Serrat, localizada próxima ao câmpus. O projeto é desenvolvido pela professora Conceição Garcia Martins, do curso superior de tecnologia em Design de Produto.

“A ideia do projeto surgiu da vontade de ensinar tricô, uma coisa que eu adoro fazer. O tricô, apesar de ser visto como algo menor no Brasil, em outros países é extremamente valorizado”, explica a professora, lembrando que o desejo foi reforçado após uma aluna ter voltado do Canadá, onde fez um intercâmbio pelo Ciência sem Fronteiras. “Todo o trabalho dela na universidade havia sido realizado com técnicas de tricô, manual e automatizado. Fiquei encantada em ver uma universidade que trabalha as ideias do Craft Design ou handmade. Pensei, por que não ensinar para os outros uma coisa que faço tão bem?”, conta Conceição.

A ideia inicial era trabalhar com mulheres de menos idade com interesse em oportunidades de geração de trabalho e de renda. Mas, com o contato com o Centro Comunitário do Mont Serrat, foi sugerido que o trabalho fosse realizado com o grupo de mulheres da terceira idade. Apesar do foco não ser mais na geração de renda, o tricô não ficou apenas como mero passatempo para as participantes.

Marlene Francisco, de 59 anos, lembra que só sabia colocar a lã na agulha e neste fim de ano já está preparando uma blusa com o ponto “tijolinho”. Marta Maria Vieira, de 55, não tinha nenhuma noção de tricô. Maria de Lourdes Raulino, de 77, já fazia cachecóis, sapatinhos, mas nunca tinha ido além. Apesar das diferenças, todas são unânimes em afirmar que o grupo mudou para melhor a rotina delas. “Reforçou as amizades, pois a gente já se conhecia, e no fim a gente acaba desabafando, conversando. Ficar em casa todos os dias é muito ruim”, conta Maria de Lourdes. Maria Lúcia de Almeida, de 59 anos, também concorda com as colegas de sala: “A gente se distrai, está aprendendo coisas novas e não fica só com a rotina de casa. Assume o compromisso de estar aqui, até se arruma mais”, confessa.

A coordenadora do projeto conta que, no início, os encontros eram um pouco tímidos. “À medida em que aprendiam a fazer diferentes peças, elas se entusiasmavam e os encontros foram se tornando bem agradáveis e divertidos. Hoje existe uma admiração mútua entre nós. Percebo que elas sentem-se muito mais seguras, sentido-se capazes de aprender. A autoestima do grupo se elevou”, conta Conceição, que descobriu um grande potencial nas alunas. “Teve uma vez em que elogiei o trabalho de uma senhora e ela me disse que era a primeira vez que ela ganhava um elogio. Isso me deu um nó na garganta. Hoje considero que, se elas são capazes de aprender tricô, são capazes de aprender qualquer coisa”, conclui a coordenadora do projeto.

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