Ampliar os horizontes pessoais e abrir portas no mercado de trabalho. Os objetivos dos cursos de formação inicial e continuada foram exaltados durante a cerimônia de formatura do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) do Câmpus Joiville, realizada na noite de quinta-feira (11), na Câmara de Vereadores. No total, 116 alunos receberam seus certificados de conclusão de um dos cursos ofertados: Auxiliar Administrativo, Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão, Espanhol Básico, Espanhol Intermediário e, pelo Pronatec Mulheres Mil, Operador de Computador.

Foi em busca de um direcionamento profissional que Julian Robson de Aguiar se inscreveu no curso de Eletricista. Aos 23 anos, formado no ensino médio e com um emprego na área mecânica, Julian sentia que não estava na vocação certa. Sem pretensão de cursar faculdade, já que acredita que seu perfil profissional não seja de gestor, mas de executor, ele optou pelo curso do Pronatec. “Gostei muito do curso e acredito que agora estou na profissão certa. Estou até procurando outros cursos na área para me especializar ainda mais como eletricista”, conta.

Durante todo o tempo, o jovem contou com o apoio incondicional dos pais. Técnico agrícola aposentado, Mario de Aguiar chegou a fazer o curso com o filho para incentivá-lo. Por enquanto, o pai quer se dedicar ao trabalho voluntário, fazendo instalações elétricas para famílias que precisarem. Mas, no futuro, quando o filho estiver mais experiente, a intenção é abrir uma empresa de instalações elétricas.

A mãe, Odila de Aguiar, compareceu orgulhosa à formatura. O que ela mais quer é ver o filho progredir. “Ele estava almejando uma mudança profissional e demos todo o apoio”, comenta feliz com a conquista e com a instalação elétrica nova da casa, que o filho se propôs a fazer.

O curso de Eletricista apresentou ainda outro caso de incentivo familiar. O professor do curso e da área Elétrica do IFSC, Luis Mariano Nodari, inscreveu o filho, Eduardo, de 15 anos, para que ele tivesse contato com o mundo profissional. “O curso é muito bom, porque dá uma oportunidade profissional diferenciada e abre um leque de novas possibilidades tanto para os jovens quanto para quem já está no mercado de trabalho e quer uma nova habilitação”, explica.

Eduardo, que recém terminou o ensino fundamental, aceitou o desafio de fazer o curso para ter uma experiência inicial da profissão. “A área oferece um conjunto de possibilidades que pretendo conhecer bem para poder escolher se é com isso mesmo que quero trabalhar”, explica Eduardo, que fez o exame de classificação para o curso técnico integrado em Eletroeletrônica do Câmpus Joinville.

Vida nova

Para as alunas do curso de Operador de Computador, pelo Pronatec Mulheres Mil, a experiência representou um renascimento. Tanto que elas apelidaram a turma de “vida nova”, em alusão aos benefícios obtidos com o curso. “Em primeiro lugar, todas nós melhoramos muito a nossa autoestima, conhecemos novas pessoas de várias idades e culturas diferentes, o que nos ensinou a conviver melhor”, revela a aluna Maria Schmitz Mattei, de 57 anos, professora aposentada de história e geografia.

É que o Pronatec Mulheres Mil está inserido no conjunto de prioridades das políticas públicas do Governo Federal, especialmente nos eixos promoção da equidade, igualdade entre sexos, combate à violência contra mulher e acesso à educação. Além das aulas práticas de informática, as alunas tiveram aulas de Relações Humanas; Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Portfólio e Mapa da Vida; Linguagem e Vivência Matemática; Conhecimento Histórico-social/Local; A Cultura, Estética e o Lúdico; Cidadania e Direitos da Mulher; Desenvolvimento Social e Sustentabilidade; Saúde e Meio Ambiente; Empreendedorismo e Economia Solidária; e Línguas Modernas.

Na parte de informática, Maria Mattei destaca a importância do acesso à internet. “Hoje, a gente consegue navegar na internet e manter contato com o mundo inteiro. Não podemos parar no tempo. Temos que acompanhar as mudanças tecnológicas”, ressalta.

Para a aposentada Antonia Cristina Martins, de 72 anos, o curso de Operador de Computador também foi um diferencial em sua vida. Viúva há 17 anos, ela mora sozinha e entrou no curso para “conhecer esse negócio de tecnologia” e descobrir o que as filhas e netos tanto faziam no computador.

Além de se dar bem com a tecnologia, tanto que comprou um notebook, dona Antonia comemora a melhoria da qualidade de vida. O curso foi uma das formas que ela achou para mudar a rotina. “Tive depressão gravíssima e só consegui melhorar graças à ajuda das amigas que me incentivaram a participar do Centro de Convivência do Idoso, da Pastoral do Idoso, do Clube de Mães e do Grupo de Artesanato. Depois, conheci o IFSC e comecei o curso. Agora, não quero mais parar”, afirma entusiasmada.

Para dona Maria e todos os alunos formados, o diretor-geral Maurício Taques deixou justamente a mensagem de continuidade. “Não desistam nunca de estudar. O IFSC e muitas outras instituições estão de portas abertas para vocês, seja através de cursos profissionalizantes ou de cursos regulares. Aproveitem todas as oportunidades”, incentiva.

Os cursos foram realizados de acordo com as necessidades apontadas pelos órgãos parceiros, como o Sistema Nacional de Empregos (Sine); Departamento de Reabilitação Profissional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); Fundação Albano Schmidt (Fundamas), representado pelo diretor-presidente Gilberto Leal; Gerência de Geração de Renda da Secretaria Municipal de Assistência Social, representada no ato pela coordenadora de Preparação e Formação Profissional Luciane Mattos Spadini; e Centro Público de Atendimento aos Trabalhadores da Prefeitura Municipal de Joinville.