Alunas do curso de Cozinheiro do Câmpus Joinville preparam ceia de Natal alternativa
19. dezembro 2014 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Joinville, MatériasSe o Natal é o momento de partilha, o correto é que todos possam participar da ceia. Este foi o pensamento que norteou a escolha do cardápio da ceia alternativa que as alunas do curso de Cozinheiro prepararam nas últimas aulas, antecipando a comemoração natalina. Mesmo sem carne, para os vegetarianos, sem glúten, para os celíacos, sem leite, para os intolerantes à lactose, e com redução de sal e açúcar, para hipertensos e diabéticos, as alunas aprenderam que é possível fazer um “banquete” delicioso, que agrade inclusive quem não tem nenhuma restrição alimentar.
Da entrada à sobremesa, os pratos foram preparados com carinho pelas alunas do curso de formação inicial e continuada (FIC) do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), através do Programa Mulheres Mil. A ceia especial teve patê de ricota, ratatulle clássico, paella vegetariana, quibe assado de soja e bolo de maçã com canela. (Clique aqui e veja as receitas)
A aluna Maria Mirna Borges (primeira à esquerda), de 50 anos, deu uma atenção toda especial à aula. Ela tem duas filhas, Julya (18) e Raffaela (15). A mais velha é celíaca, doença causada pela intolerância ao glúten, e precisa de cuidados especiais na alimentação. A descoberta da doença aconteceu quando a menina tinha cinco anos e mudou a rotina da família. “Na época, foi muito difícil porque a gente nunca tinha ouvido falar nessa doença. Havia poucas alternativas de alimentos sem glúten e tudo era muito caro”, lembra Mirna, contando que, por muito tempo, a família ficou sem viajar ou sair para comer fora por falta de opções para Julya.
A partir desta necessidade é que Mirna se interessou pela cozinha e por receitas que toda a família pudesse consumir, sem exclusões. “Tivemos que pesquisar tudo sobre a doença, aprender a higienizar os utensílios e a fazer pratos que sejam gostosos e que todos possam comer. Nesse tempo, errei muitos pratos e já tive que jogar muita coisa fora até descobrir o tempo de cozimento de cada receita. É tudo diferente”, conta a mãe.
Além dos aspectos físicos da doença, Mirna enfrentou todos os problemas emocionais que a doença trouxe à filha e à família, por causa da exclusão e do preconceito. Por isso, o curso veio em boa hora, não só pela prática, mas, principalmente, pelo convívio e novas amizades. “O curso é muito bom, ajuda a melhorar a autoestima e dá um novo ânimo. A gente passa a se sentir realmente uma mulher mil”, enfatiza Mirna, que anteriormente fez o curso de Auxiliar de Cozinha, também pelo Mulheres Mil.
O curso de Cozinheiro é ofertado pelo Câmpus Joinville, em parceria com a Prefeitura Municipal, e as aulas são realizadas na Casa Brasil Sul/Fundamas, às segundas e quartas-feiras, com uma turma de manhã e outra à tarde.