O envolvimento dos alunos na pesquisa e no desenvolvimento de novos produtos foi o ponto forte dos trabalhos realizados como projetos integradores (PI) pelo curso técnico concomitante em Agroindústria, no Câmpus Canoinhas. A apresentação dos trabalhos para profissionais da área de alimentos e de agroindústrias, produtores rurais e convidados aconteceu na última sexta-feira (12) e envolveu os alunos dos três módulos.

“Desde o primeiro módulo, a gente trabalha a interdisciplinariedade, visando a realização de projetos completos e com graus de dificuldades diferentes, conforme o avanço do curso”, explica a professora de PI I e III, Patrícia de Paula.

Os alunos do primeiro módulo focaram seus trabalhos na análise físico-química de alimentos e da água usada no seu processo produtivo. Assim foram realizadas análises de PH de iogurte, bebidas lácteas e leite fermentado; da acidez total em vinhos tinto, branco e rosê; do teor do cloro residual em águas tratadas para processamento de alimentos; de ácido acético em conservas de pepino, picles e cebola; concentração dos íons Ca2+ e Mg2+ em amostras de leite pasteurizado e ultrapasteurizado (UHT); concentração de ácido ascórbico em sucos de laranja, limão e acerola; e acidez em óleos de soja e milho e de azeite de oliva. “O trabalho é importante para que os alunos não fiquem apenas na teoria, mas conheçam a composição química dos alimentos e os processos produtivos”, ressalta Patrícia.

Inovação

Já o foco do Projeto Integrador II é o estudo da produção de alimentos como base para a inovação tecnológica da indústria alimentícia. Os alunos apresentaram como projetos a conserva de pepino com baixo teor de sódio; mistura pronta para bolos a partir da farinha de amêndoas e produção de creme de leite de amêndoas; cereal à base de granola com sabor de baunilha e café; refrigerante misto de laranja e cenoura; pão de queijo congelado com queijo gorgonzola e farinha de casca de abacaxi Pérola; e medalhão de tilápia.

Além dos produtos, eles trabalham o desenvolvimento dos rótulos e o cálculo da informação nutricional do alimento. Segundo a professora, é neste módulo que eles também estudam o fluxograma das indústrias para conhecer o funcionamento administrativo.

Desenvolvimento tecnológico

Para os alunos do terceiro módulo de Agroindústria, o desafio do PI é ainda maior. A conclusão do curso depende do desenvolvimento tecnológico e avaliação da qualidade microbiológica, físico-química e sensorial de produtos agroindustriais. De acordo com a professora Patrícia, o objetivo é fortalecer a formação de profissionais capazes de enfrentar desafios na busca do desenvolvimento tecnológico, social e econômico da agroindústria.

“O foco é desenvolver um produto que preferencialmente tenha um aspecto inovador e que possa utilizar matérias-primas regionais”, explica. Com este enfoque é que os alunos concluintes do curso técnico em Agroindústria desenvolveram a trufa com recheio cremoso de vinho tinto seco e chocolate meio amargo; o chips de batata doce (braslândia roxa) com adição de orégano; a linguiça toscana com teor de sódio reduzido; e o bombom com recheio de pinhão e chocolate meio amargo.