O desenvolvimento e a execução de projetos de edificações, de acordo com as normas técnicas de segurança e a legislação específica, é uma das atribuições do técnico em Edificações. No Câmpus Canoinhas, o curso tem um enfoque na sustentabilidade, aliando pesquisa e prática no desenvolvimento de projetos e produtos sustentáveis. Desde o primeiro módulo, os alunos do curso técnico em Edificações levam esta tarefa a sério na unidade curricular de Projeto Integrador (PI).

O aluno Ali Chahine Mehanna acredita que esta interação entre teoria e prática vivenciada no curso traz resultados muito interessantes e provoca reflexões entre os grupos sobre novas alternativas para a construção civil, especialmente no que diz respeito ao reaproveitamento de material. “Nossas pesquisas indicaram que existe um desperdício de 40% no material usado nos canteiros de obras. Isso é assustador e provoca um impacto muito grande em toda construção”, comenta.

Para dar um destino adequado a este material, Ali e seu grupo desenvolveram um sistema de ecoblocos para jardim vertical, no semestre passado. “Aproveitamos resíduos de telhas de obras da cidade no lugar do agregado graúdo, que é a parte da pedra brita no concreto, para produção dos ecoblocos, que podem ser usados na jardinagem ou como separação de ambientes”, explica. Ainda nesta área, os demais grupos do então 1º módulo usaram resíduos de vidro, gesso, cerâmica, argamassa e sacos de cimento, entre outros, para a realização de seus projetos.

Já a preocupação dos alunos do 2º módulo foi com o aproveitamento das águas da chuva. Eles utilizaram o segundo semestre do ano passado para realização do projeto “Captação de Águas Pluviais: Estudo de caso na Escola de Educação Básica Rodolfo Zipperer”. Divididos em três grupos, os estudantes abordaram as fases de captação, armazenamento e distribuição da água, para utilização na irrigação da horta e na limpeza da área escolar.

“O PI revela muito a parte prática que vamos encontrar no mercado de trabalho, ajudando a encontrar materiais alternativos e práticas sustentáveis para pequenas e grandes obras”, afirma Gustavo.

Vale lembrar que, aos alunos do 3º módulo, o PI reserva a responsabilidade de desenvolver projetos arquitetônico, elétrico, hidráulico e estrutural de uma construção de até 80 metros quadrados, consolidando os conhecimentos adquiridos em todas as disciplinas. Eles recebem um “cliente” e precisam fazer um projeto de acordo com as suas “exigências”.

Os alunos formados no curso técnico em Edificações do IFSC podem obter registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) e assumir a responsabilidade técnica por projetos de residências ou estabelecimentos comerciais de até 80 metros quadrados. Também podem ser responsáveis pela fiscalização de construções, além de outras funções na área.

Esse profissional atua também no planejamento e elaboração de orçamento de obras e auxilia no estudo e desenvolvimento de projetos e pesquisas tecnológicas na área de edificações. Pode orientar e coordenar a execução de serviços de manutenção de equipamentos e de instalações em edificações, além de orientar na assistência técnica para compra, venda e utilização de produtos e equipamentos especializados.

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