O estímulo à solidariedade na defesa e denúncia de mulheres contra a violência doméstica encerrou atividade relativa ao Dia Internacional da Mulher no Câmpus São José do IFSC. No evento, a professora e pesquisadora da UFSC, Teresa Kleba, tratou do tema “Todas nós temos direito a uma vida sem violência” junto a participantes do Pronatec Mulheres Mil. A reitora do IFSC, Maria Clara Kaschny Schneider, abriu o encontro destacando conquistas já alcançadas pela luta das mulheres em todo o mundo. Durante a atividade, algumas das mulheres relataram situações conhecidas de agressão e submissão ocorridas na própria família e na vizinhança.

Num dos depoimentos mais contundentes, uma delas contou que viveu por 12 anos apanhando do marido e fez sete denúncias na polícia, finalmente se afastando quando ele quebrou seu braço. Em desenhos, as mulheres demonstraram vários tipos de agressão. A constatação das próprias participantes foi de que há homens que pensam que a mulher é sua propriedade e que muitas se intimidam com o discurso deles de “eu pago tudo”, numa demonstração explícita de poder. Os vários tipos de violência, verbal, psicológica e física foram citados no encontro.

A busca pela paz e harmonia em casa, porém, não é o único sonho dessas mulheres. Elas também colocaram na lista o desejo de viajar, de ter um banheiro e quarto próprios e de comprar a sua casa. A boa saúde e sucesso dos filhos foram mencionados, principalmente na perspectiva de eles continuarem a estudar e terem uma boa vida profissional. Para a professora Teresa Kleba, a reflexão no grupo auxilia as mulheres a se fortalecerem nos seus direitos. Ela realçou a importância deste tipo de encontro, além da própria relevância dos cursos Pronatec. “Esses cursos já contribuem na medida em que capacitam para ocupação remunerada, dando autonomia e libertação da dependência econômica, um dos principais fatores de submissão”, observa.

Autoconfiança

Na palestra da professora Tania Neves com o tema “Os segredos da mulher poderosa”, no Câmpus Florianópolis-Continente, o objetivo foi motivar as participantes para a autoconfiança. A palestrante questionou o porque de muitas mulheres capazes levarem uma vida mediana e o que as impede de alcançar patamares mais elevados na sociedade, alertando sobre o próprio estado de ânimo delas. Conforme a professora, um dos principais problemas é que a maioria carrega sentimentos de culpa e interioriza o machismo, o que ao longo do tempo pode até levar à depressão. Tania destacou que as mulheres são pessoas especiais que estão em busca de sua felicidade e que precisam se empenhar para sua realização.