Entre os dias 25 de fevereiro e 7 de março, 225 alunos e servidores catarinenses viveram uma experiência incomparável. Deixaram suas casas e embarcaram em uma ação de cidadania e dedicação voluntária. Trata-se de mais uma operação do Projeto Rondon, denominada Operação Rio do Peixe, promovida, em Santa Catarina, pelo Núcleo de Extensionista Rondon da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e que, a cada semestre, reúne rondonistas da Udesc, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) para promover a integração social, o desenvolvimento da sustentabilidade e o bem-estar de comunidades carentes.

Esta é a quinta operação que Jeferson Vieira, que servidor do Câmpus São José, participa. Ele conta que sua equipe foi para o município de Salto Veloso e que todos os 12 integrantes foram muito bem acolhidos pela gestão municipal, o que facilitou a oferta de oficinas e mobilização do público. Ao todo, foram realizadas 47 oficinas para um público de mais de 1.900 pessoas. Entre elas, a oficina de reciclagem de materiais realizada na Apae, além de atividades sobre sexualidade para os jovens, do Cine Rondon para as crianças da cidade e uma visita à comunidade Linha Mendes, para abordar a segurança do trabalho rural com os pequenos produtores e a saúde da mulher, com suas esposas e filhas.

“A resposta da população é sempre muito positiva. Você vê na prática que atitudes simples fazem uma enorme diferença. O mais importante de tudo é a sensação que deixamos no município de que todas as atividades iniciadas pelos rondonistas podem ser continuadas pela população”, explica Jeferson.

A rotina durante a Operação Rio do Peixa foi intensa. Os rondonistas acordavam cedo e realizavam as atividades até o fim do dia, quando eram feitas reuniões de avaliação e planejamento do cronograma para o dia seguinte. Jeferson conta que, mesmo acordando cedo e dormindo tarde por conta dos compromissos pela cidade, os rondonistas acordavam dispostos a fazer o melhor no dia seguinte.

“São 10 dias em que você estende a mão, sem esperar nada em troca. Você aprende a trabalhar em equipe. Existe um ambiente natural de gentileza mútua e aprende-se muito, mesmo com as pessoas mais simples da comunidade. Cada rondonista volta modificado pelas experiências com a equipe e também pela troca e aprendizado com a população. Certamente, a pessoa volta com uma experiência rica de multidisciplinaridade, tem aulas práticas de cidadania, e tudo trabalhado em equipe, com pessoas que você não conhecia. É até difícil mensurar a mudança que ocorre em um rondonista”, conta.

Na equipe que atuou em Salto Veloso também estava a aluna Caroline Lava, do curso técnico integrado em Química do Câmpus Jaraguá do Sul. Esta foi sua primeira participação no Projeto Rondon, mas provavelmente não será a última. “Agora que eu conheci de perto como tudo funciona, com certeza que vou me inscrever em mais operações. E já comecei a falar do projeto para outras pessoas daqui, para que elas também possam ter essa experiência”, comenta.

Marcos Lichtenfels, estudante do curso técnico integrado em Saneamento do Câmpus Florianópolis fez parte da equipe de 15 pessoas que atuou na cidade de Lebon Régis e aplicou os conhecimentos que adquiriu em seu curso no IFSC em um projeto de sustentabilidade de água nas instalações da Escola de Educação Básica Frei Caneca. “Ajudei no projeto, na maior parte do tempo, fazendo oficinas sobre o tema com as turmas do Ensino Médio Inovador, de segundo e terceiro ano, que eram o público alvo do projeto “, conta Marcos.

A Operação Rio do Peixe atuou nas cidades de Abdon Batista, Arroio Trinta, Curitibanos, Fraiburgo, Frei Rogério, Lebon Régis, Monte Carlo, Salto Veloso, São Cristóvão do Sul, Vargem e Zortéa, do Meio-Oeste e Planalto Serrano, com 945 oficinas de cultura, saúde, meio ambiente e lazer, atendendo cerca de 18 mil pessoas.

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