Projeto de extensão do Câmpus Lages estimula a leitura de alunos e servidores
10. abril 2015 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Lages, MatériasDesde 2013, os alunos e servidores do Câmpus Lages têm usado os banheiros da instituição como ferramenta de leitura. Isso mesmo, basta utilizar os sanitários para ver que nas portas, espelhos e paredes há um trecho de alguma obra de literatura.
Trata-se da ação “WC Leitura aproximando leitores e biblioteca” que é uma ação do projeto de extensão “Arte e cultura na Biblioteca II: ProvocAção” cujo objetivo é aproximar os leitores dos livros disponíveis para leitura e empréstimo na biblioteca do câmpus. O projeto começou a ser desenvolvido em 2013 e está indo para a terceira edição e tem a coordenação da bibliotecária Márcia Medeiros, que iniciou atividade semelhante numa outra instituição em Caçador, e é executado com a parceria dos servidores da biblioteca do câmpus. Nos banheiros há um pequeno cartaz com um trecho do livro e a indicação de seu título e autor para que o interessado busque continuar a leitura.
“Na 1ª edição, além de colarmos os cartazes nos banheiros, foi enviado um e-mail para os servidores com o assunto: “Você já foi ao banheiro hoje?” e, no texto, uma orientação para que fossem ao banheiro. A repercussão foi bem positiva. Nas demais edições, apenas colocamos os cartazes e disponibilizamos uma lista com todos os títulos”, conta Camila Burin, bibliotecária.
Ela conta que é bastante comum, agora, as pessoas virem na biblioteca perguntar sobre os livros que iniciaram a leitura nos banheiros do câmpus. A ideia já está sendo utilizada por outros campus e instituições e é bastante elogiada pelas pessoas. “Por muitos lugares que passamos, a biblioteca do Câmpus Lages é referência em ações culturais e o WC Leitura é mencionado”, finaliza.
Inspiração
O uso do banheiro para divulgar as obras constantes no acervo da Biblioteca tem a intenção de impactar e provocar a ação do movimento artístico-cultural do Dadaísmo (1916-1922).
O Dadaísmo sugeria a criação artística como algo ao acaso, que as pessoas se libertassem do pensamento lógico, racional. Seus artistas tinham aversão aos valores tradicionais, que eram supervalorizados, e que acabaram, segundo eles, desencadeando a 1ª Guerra Mundial. Utilizaram-se de sátiras e críticas para demonstrar o descontentamento com aquela situação.
“A Fonte”, considerada uma das obras mais representativas do dadaísmo na França, criada em 1917, pelo artista Marcel Duchamp, é um urinol de porcelana branco. Essa obra marcou o conceito de ready made, que é o transporte de um elemento da vida cotidiana, a priori não reconhecido como artístico, para o campo das artes, representando uma alteração do sentido desse objeto e uma crítica às convenções artísticas até então vigentes.
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