Câmpus Araranguá promove debate sobre Fast Fashion e condições de trabalho dos profissionais do setor têxtil
29. abril 2015 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Araranguá, Eventos, Matérias“Pense de onde suas roupas vieram, e pense antes de comprar. Estão muito baratas? Alguém, em algum lugar, pagou o preço.” A frase é da jornalista inglesa Lucy Siegle uma das idealizadoras do Fashion Revolution Day, evento que foi criado em 24 de abril de 2014, para lembrar as mais de 11 mil pessoas que morreram em um acidente em uma fábrica em Bangladesh em 2013. Desde então, o dia 24 de abril tem sido de muita mobilização. Em 2015, mais de 70 países realizaram manifestações a favor dos trabalhadores do setor têxtil e para pedir melhorias nas condições de trabalho.
Para discutir o tema e sensibilizar os alunos do IFSC, os cursos técnicos de Produção de Moda, Vestuário e Têxtil e o superior de Moda do Câmpus Araranguá promoveram um debate sobre Fast Fashion, na última sexta-feira (24) em que participaram as professoras dos cursos de Moda Anamélia Valentim, Graziela Kauling e a professora de História Emy Lunardi. “Discutir as condições de trabalho dos profissionais da Moda é uma questão de cidadania e não deve envolver apenas os cursos desta área, porque todos consumimos moda. Nossos alunos precisam ter a consciência de que por trás de muitas peças baratas de roupa há trabalho escravo e que isso também afeta o mercado de trabalho. Uma calça que você compra aqui por R$ 30,00 pode ter custado alguns centavos na China”, afirma Emy Lunardi.
Para abordar o tema, a professora fez um levantamento histórico sobre a exploração do trabalho humano e sobre os direitos trabalhistas. “ O que a gente percebe hoje é que a maior parte do lucro dessas empresas vêm da exploração do trabalhador que muitas vezes não têm as mínimas condições de trabalho. A Índia e a China já foram referência em tecidos artesanais, mas hoje em dia esses são os países onde mais se identifica condições de trabalho análogas ao trabalho escravo. O desastre em Bangladesh foi um dos mais graves, mas não foi o único, sabemos que o setor registra um alto número de acidentes de trabalho.”
Durante o debate foram discutidas ainda a situação da produção têxtil no Brasil e apresentados documentários sobre o tema. “ Durante o Fashion Revolution Day, nós sensibilizamos os professores e os alunos a questionarem as marcas que eles utilizam para que eles explicassem onde as peças que compraram foram feitas. Pedimos também que as pessoas tirassem fotos das etiquetas de suas roupas para publicá-las com as hashtags #WhoMadeMyClothes e #FashRev”, explica Anamélia Valentim.