Professor do Câmpus Joinville desenvolve pesquisa para aperfeiçoamento de bisturis elétricos
7. maio 2015 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Joinville, MatériasO bisturi elétrico é um equipamento de pequeno porte, que pode até ser portátil, e que tem como objetivo cortar e coagular os tecidos biológicos durante os procedimentos cirúrgicos. Apesar de suas vantagens em relação ao aparelho convencional, o equipamento pode provocar acidentes, como a carbonização de tecidos e até mesmo o corte em áreas indesejadas, já que usa alta intensidade de corrente elétrica em uma área de contato bem pequena para realizar a incisão ou cauterização e uma placa de contato de grande área para dissipar a energia aplicada e fechar o circuito elétrico. O desafio do professor José Flavio Dums, da área de Elétrica do Câmpus Joinville, é desenvolver um sistema que permita controlar a potência ativa aplicada nos procedimentos cirúrgicos e, com isso, aperfeiçoar equipamentos já existentes, a fim de evitar os possíveis danos em cortes e cauterizações.
O projeto “Estudo de conversores e amplificadores de potência aplicados à Eletrocirurgia” faz parte do trabalho de doutorado do professor, na área de Engenharia Biomédica. As pesquisas contam com o apoio da Fundação Instituto Tecnológico de Joinville (Fitej) e do Programa de Bolsas Universitárias de Santa Catarina (Uniedu), após seleção em editais públicos.
Conforme o pesquisador, os casos de queimaduras da pele, em vez de cortes precisos, acontecem por excesso de potência em um determinado procedimento, que pode ser atribuído, em parte, aos equipamentos hoje comercializados, que não possuem um sistema de controle de potência ativa eficiente implementado. O grande problema de acontecer a carbonização dos tecidos é que isso dificulta a cicatrização e expõe os pacientes a perigos, como infecções.
Para poder realizar este estudo, o professor José Flavio precisou primeiro estudar o funcionamento dos bisturis comerciais e desenvolver protótipos que simulem as condições de operação. Diante deste fato, surgiu a ideia de desenvolver novas topologias de circuitos eletrônicos que possam melhorar as características dos bisturis atualmente existentes.
“Já foram ultrapassadas as principais barreiras relacionadas à medição da potência ativa, que tem relação direta com a frequência de operação destes equipamentos, normalmente acima de 400 kHz. Na sequência, será feita a modelagem do comportamento da potência ativa de saída do equipamento para poder desenvolver o seu sistema de controle”, explica. Ele lembra que o objetivo final do trabalho é a melhoria da qualidade dos equipamentos de eletrocirurgia e, consequentemente, dos procedimentos cirúrgicos.