Alunos de Gastronomia e Hotelaria embarcam para estágio na França
10. setembro 2015 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Florianópolis-Continente, MatériasPara os alunos dos cursos superiores de tecnologia em Gastronomia e em Hotelaria, realizar um estágio no exterior torna-se uma experiência enriquecedora, tanto para experiência profissional quanto em conhecer novas culturas. O Câmpus Florianópolis-Continente do IFSC mantém parceria com o Lycée Hôtelier, da cidade francesa de La Rochelle, renomada escola que faz parte da parceria Brasil – França, por meio de seus ministérios da Educação, para intercâmbios de alunos e professores do eixo turismo, hospitalidade e lazer.
Alguns alunos já realizaram estágios não obrigatórios naquela instituição, como Diogo Martinelli (veja relato abaixo) e, em 2015, pela primeira vez, dois alunos farão o estágio obrigatório de conclusão de curso naquela escola. Maria Cristina Viviani Muschitz, do curso de Hotelaria, e Saulo Santana Santos, de Gastronomia, foram selecionados por edital de mobilidade internacional do Câmpus.
Maria Cristina e Saulo viajam na próxima semana para a cidade francesa de Châtelaillon, situada no Golfo de Biscaya, no litoral francês. O estágio de dois meses (300 horas) será no Hotel Mercure Les 3 Iles Châtelaillon Plage, a 12 quilômetros ao sul de La Rochelle. O Hotel é uma das empresas parceiras indicadas pelo Lycée Hôtelier para estágios dos alunos estrangeiros.
O edital de mobilidade internacional do Câmpus Florianópolis-Continente ofereceu uma vaga para cada um dos dois cursos superiores. A seleção foi realizada por meio de prova oral e escrita de língua francesa e análise de desempenho acadêmico, frequência e o memorial descritivo com a motivação do candidato para o estágio.
Para Maria Cristina, realizar o estágio no exterior é uma forma de incrementar o currículo, especialmente na França, país conhecido com o “berço da hotelaria”. “Fazer um estágio em um hotel de rede é melhor ainda. A rede Mercure está no mundo todo e eles têm regras rígidas de padronização, vai ser um excelente aprendizado”, destaca. Ela vai atuar nas áreas de recepção e governança do hotel. Maria está concluindo sua segunda faculdade e pretende aplicar os conhecimentos na sua confeitaria.
Saulo pensou em voltar para a sua cidade, São Paulo, para realizar o estágio obrigatório. Porém, resolveu aproveitar a oportunidade do estágio no exterior. Ele já trabalhou por três anos em restaurantes paulistas, com cozinha oriental e eventos, e resolveu estudar Gastronomia para conhecer novas técnicas. “O hotel fica em uma região onde a cozinha marítima é muito marcante, como em Florianópolis. Vai ser uma experiência interessante”, conta. Sua área de atuação, no Hotel Mercure, será em cozinha e serviços. Na volta para o Brasil, pretende continuar se especializando, ingressar no mercado de trabalho e, futuramente, na área acadêmica.
O termo de cooperação entre o IFSC e o Lycée Hôtelier de la Rochelle prevê estágio dos alunos do IFSC em estabelecimentos parceiros do Lycée, como o Hotel Mercure. O auxílio financeiro é oriundo dos recursos do próprio Câmpus Florianópolis-Continente.
A coordenadora do curso superior de tecnologia em Gastronomia e da comissão de seleção, Soraya Kobarg Oliveira, explica que, além do trabalho prático, da rotina do hotel e da cozinha, os alunos poderão ter uma visão completa sobre gestão e gerenciamento, especialmente na França, considerado país referência no setor. Também destaca a oportunidade que os estudantes terão em aprender uma nova língua e conhecer uma cultura diferente.
Experiência e um convite para voltar
O estudante do curso superior de tecnologia em Gastronomia Diogo Martinelli, 19 anos, realizou estágio pelo Lycée Hotelier de La Rochelle e já está arrumando as malas para voltar. Ele foi convidado pelo diretor do Lycée para realizar uma formação acadêmica em nível internacional por um período de três anos.
Natural da cidade de Tatui, interior de São Paulo, Diogo sempre estudou em escola pública. No início de 2014, foi aprovado no curso superior em Gastronomia do Câmpus Florianópolis-Continente e, a convite de uma amiga, iniciou um curso de francês. Começou a procurar informações sobre a parceria entre o Câmpus e o Lycée e, em dezembro do mesmo ano, embarcou para a França para o estágio de três meses. “Procurei me manter focado, acreditando que tudo passaria bem e que eu poderia aproveitar esta experiência ao máximo, tendo em mente que poucos alunos, ou talvez nenhum, estariam profissionalmente preparados para embarcar em tal experiência logo no início dos estudos de cozinha”, conta.
Em La Rochelle, Diogo participou de algumas aulas e, dias depois, iniciou o estágio no restaurante “Les Flots”. Além da dificuldade com o idioma, enfrentou alguns problemas: “eu não tinha agilidade suficiente para acompanhar o ritmo dos demais cozinheiros e mal conhecia o ingredientes e técnicas, porém, procurei sempre dar o melhor”. Com o tempo e empenho, foi evoluindo, aprendendo e se adaptando à nova cultura. “Tive experiências terríveis, mas também, sobretudo, ótimas experiências. Foi uma viagem incrível, conheci pessoas incríveis, lugares maravilhosos, comi dos mais variados pratos e insumos. Provei também do mais simples queijo ao mais requintado. Bebi vinhos que fizeram esta viagem inteira valer a pena”, recorda.
A saudade dos amigos, da família e do sol do Brasil pesaram, mas não o fizeram desistir. O esforço foi recompensado com o convite do diretor do Lycée para que em 2016 Diogo retorne à La Rochelle para mais uma experiência, desta vez por um período de três anos. Atualmente, ele trabalha como sub-chef de cozinha em Florianópolis, enquanto se prepara para a nova fase. “Não tenho ciência das atividades que serão desenvolvidas, mas acredito eu que é uma preparação tradicional para cozinheiros e cozinheiras na França, inserindo técnicas e tecnologias contemporâneas e tradicionais no ambiente gastronômico e hoteleiro”, completa.