Projeto de aluno do Câmpus Florianópolis aumenta produtividade agrícola em quase 200%
4. novembro 2015 | Escrito por Jornalismo IFSC | Categoria: Câmpus Florianópolis, MatériasNatan Ogliari tem 22 anos e um projeto que pode revolucionar a agricultura: um sistema de análise de nutrientes e gerenciamento de insumos que pode aumentar a produtividade de uma plantação em até 198%. Aluno de Engenharia Eletrônica do Câmpus Florianópolis, ele se inscreveu o projeto “CN Agricultura de Precisão” no Desafio IFSC de Ideias Inovadoras.
Nascido em Pinhalzinho, no Oeste de Santa Catarina, ele sempre trabalhou junto ao pai na agricultura familiar, forte na região. Em ‘casa’, eles plantam soja, feijão, milho, trigo e criam frangos. “Nunca pensei em deixar a lavoura, mas também não queria ficar no trabalho da plantação, colheita. Quando mais novo, um tio engenheiro agrônomo me ajudou a pensar em outras opções, sem deixar o gosto pela campo e pelo processo da agricultura familiar. Fui estudar no IFC (Instituto Federal Catarinense) em Videira, onde optei pelo curso técnico de Eletroeletrônica, mas sempre pensando em como trazer essa área de conhecimento para a lavoura. Pensava em várias coisas, sempre voltadas para a agricultura, e essas ideias foram mudando e se aperfeiçoando até chegar nesse sistema que inscrevi no desafio”, explica Natan.
Segundo o estudante, já existem sistemas de monitoramento semelhantes, mas quase todos baseados em estimativas. “O diferencial do CN Agricultura de Precisão é que ele faz uma análise na hora da planta, verifica suas reais necessidades de nutrientes e aí o agricultor pode saber exatamente o que aquela cultura precisa para fazer a planta render mais. Segundo experiências que realizei in loco, na lavoura do meu pai, no caso da soja essa tecnologia permite que a produção cresça de 47 sacas/hectare para 140 sacas/hectare”, exemplifica. Sendo que o aumento da produtividade não exige aumento na área de cultivo, a tecnologia desenvolvida por Natan pode ajudar, e muito, a evitar desmatamentos.
O sistema projetado pelo futuro engenheiro eletrônico também permite a identificação de diferentes tipos de solo numa mesma área de cultivo. “Normalmente, no sistema tradicional, o agricultor vai colocar o mesmo adubo em toda a área. Com o meu projeto, isso poderá ser melhorado, pois às vezes pequenas diferenças de altitude ou localização podem influenciar os nutrientes presentes na terra, e com isso, temos diferentes solos em uma mesma área”, conta Natan.
Para ele, atualmente, o principal obstáculo a ser superado ainda é o preço. “Apesar do meu sistema ser mais eficiente e custar 20% menos do que os sistemas mais modernos oferecidos hoje no mercado, ainda assim é um valor alto para os pequenos agricultores, e baixar esse custo é o principal desafio no momento”, finaliza.