Em apenas três anos, a equipe Zênite Solar, formada por alunos do Câmpus Florianópolis, conquistou uma façanha: foi do último ao primeiro lugar no Desafio Solar Brasil, uma competição entre barcos movidos a energia solar realizada anualmente em Búzios, no Rio de Janeiro. Segundo os integrantes da equipe, a vitória não foi exatamente uma surpresa, mas superar a equipe Vento Sul, da UFSC, dez vezes campeã do evento, foi uma honra.

“Para nós, foi uma alegria superar a equipe que nos ajudou desde o princípio e que nos inspirava a inovar e desenvolver sempre o melhor. Sempre em que estávamos no laboratório projetando algum equipamento, o barco da Vento Sul era um exemplo de projeto perfeito e sempre perguntávamos o que a UFSC faria para superar esses problemas”, afirma Bruno Tomasi, piloto da embarcação e aluno da Engenharia Mecatrônica.

Segundo o capitão da Zênite, Alexsandro Gehlen, aluno de Engenharia Eletrônica, uma das maiores dificuldades foi o fato de, ao contrário de muitas equipes que trabalharam com equipamentos comerciais, a equipe baseada no Câmpus Florianópolis teve que desenvolver a maioria dos equipamentos nos próprios laboratórios, de forma manual, tornando o sistema mais suscetível a falhas. “Outro ponto de dificuldade é comparar cada módulo do nosso sistema que foi desenvolvido por nós com os módulos comerciais que as outras equipes utilizam. Lá a robustez está garantida pelo fabricante, enquanto aqui temos que desenvolver e criar meios para alcançar tal robustez e não quebrar durante as provas”, explica João Antônio Cardoso, também estudante de Engenharia Eletrônica.

“Competir com sistemas eletrônicos comerciais é um desafio bastante grande. Nossos sistemas foram projetados em nossos laboratórios, por nossos alunos durante os últimos anos e representam nosso esforço, nossa busca por eficiência energética e por inovação tecnológica. Os sistemas utilizados pelas equipes contra as quais competimos foram comprados em lojas e instalados em seus barcos. Esse tipo de equipamento, desenvolvido por empresas de engenharia e testado durante anos antes de chegar às prateleiras das lojas apresenta-se como um desafio a ser superado, e que quando superado, representa enorme orgulho para nossa instituição e nossos alunos”, diz Arturo Manzoli, da Engenharia Mecânica.

Para os alunos, mais do que uma competição, o Desafio Solar Brasil rende aprendizados que não poderiam ser praticados em sala de aula – e não apenas na questão técnica. “Eu diria que o enriquecimento do aprendizado é o que move a investir tempo num projeto como esse, pois ele nos impõe utilizar o que aprendemos em sala de aula em um projeto real que necessita, muitas vezes, de soluções inovadoras. Em muitos casos essas soluções não estão escritas nas páginas dos livros de engenharia, ela é gerada a partir do conhecimento de base aliado a criatividade e engenhosidade dos estudantes envolvidos. Esse processo de criação traz consigo uma evolução grande para o aluno de engenharia, pois o mesmo se torna sujeito de seu aprendizado e dono de seu conhecimento. Em resumo, é revolucionário para a educação”, define Flavio de Faveri, graduando em Engenharia Eletrônica.

A coordenação da equipe é dos professores Flabio Bardemaker Batista e Humberto Cazangi. Clique aqui para conferir mais depoimentos da equipe.

Assista abaixo a reportagem da IFSCTV sobre a conquista da equipe: